Meu agradecimento

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Não me canso de repetir que há momentos felizes na existência humana. Poderia eu esquecer o que me aconteceu no dia 14 de setembro de 1986? Por volta das 16h 00, um imenso cortejo de bispos, padres e fiéis, formando uma solene procissão, sai da residência episcopal, passa pela porta desta Casa – que na época ainda não era Câmara Municipal – e se dirige para a Praça do Rosário. 
Uma incontável multidão em caminhada triunfal. Como toda festa do interior: banda de música, charangas escolares, foguetório ensurdecerdor, festivo repique de sinos, artísticos desenhos e flores pelo chão, revoada de pombos. Que festão! Posse do 3º bispo diocesano. 14 de setembro de 1986. Um arco de quase 27 anos já é transcorrido. Guardo bem vivas essas recordações de um passado feliz e inesquecível. Parecem-me fotos que não perderam o colorido original. Mas como o tempo corre! Aqui cheguei com 50 anos. Após um jubileu de prata à frente da diocese, eis que completo 75 anos. Devo retirar-me, isto é, renunciar ao governo da diocese, pois assim determina inexoravelmente a legislação canônica. Enviei ao Papa, de imediato, minha renúncia. Bento 16, por paternal tolerância, permitiu-me ficar ainda um ano e meio, antes de nomear meu sucessor. 
Agora vivo naquele que alegremente chamo de meu rancho, minha residência na praça ali no Alto do Córrego, desempenhando as atividades de um modesto pároco de aldeia, na querida e amada paróquia de Fátima. Sinto-me confortado pela consciência de ter cumprido meu dever pastoral da melhor forma possível, fiel a tão nobre missão. Fiz-me um bispo missionário itinerante, o que me levou a percorrer incansavelmente e com grande frequência a imensa diocese de Paracatu. Minha alegria foi ter colocado minha vida totalmente a serviço dos fiéis que a Providência Divina me confiou. Nem por isso ignoro também ou sufoco no íntimo a voz da modéstia que me adverte: será que na realidade fui absolutamente fiel? A prudência me aconselha dizer com humildade e também sinceridade: se falhei, meu Deus, perdoai-me!
Minha diuturna presença em Paracatu teve inúmeros desdobramentos ou consequências. Posso ter demorado um pouco, mas acabei me acostumando com a região. Gostei da cidade. Amei – posso dizer apaixonadamente – esse povo bom e simples. Identifiquei-me com essa gente generosa, alegre, inteligente e empreendedora. Fiz-me paracatuense de coração. Fui agraciado com inúmeros e valiosos presentes. Dentre todos eles, destaco a cidadania honorária que esta egrégia Câmara Municipal me outorgou em 24 de dezembro de 2000. Recordo ainda que esta mesma Câmara, inúmeras vezes, me conferiu menção honrosa e votos de congratulação, inclusive pelo nosso bom e respeitoso relacionamento. 
Como se não bastasse, hoje recebo esta carinhosa e solene homenagem. Não sei dizer senão muito obrigado. Mas um agradecimento que a partir da pessoa do Sr. Presidente chegue a cada vereador. Portanto, a todos e a cada um, bem no íntimo do coração, repito: muito obrigado! Permitam-me uma consideração que já fiz de público em outra ocasião. É sobre meu ministério episcopal, minha vida de bispo.
Meu humilde e obscuro apostolado sacerdotal e episcopal, em tudo que singelamente o constitui, nada mais é do que um dever que cumpro para com Deus a quem ofereci a minha vida e para com esta Igreja Particular a quem consagrei os modestos serviços de minha tão apagada atuação. Razão por que também jamais espero retribuições terrenas ou reconhecimentos humanos, como se eles me fossem devidos por justiça. Meu ministério eu o exerço no compromisso de absoluta gratuidade. Portanto, repito, não procuro recompensas ou reconhecimento aqui na terra. Conta, isso sim, a consciência que tenho de, com a ajuda divina, ter comprido meu dever. Por isso e por tudo isso, graças e louvores a Ti, Senhor! 
No entanto, grave indelicadeza seria não reconhecer e receber esta homenagem da Câmara Municipal de Paracatu como uma preciosa dádiva do céu, um dom inestimável, uma prova de estima e reconhecimento perene que pretendo guardar com profundo reconhecimento. Sinto-me incapaz de retribuir à altura. Não posso senão confiar na bondade do Sr. Presidente e de cada Vereador para que me seja consentido apenas este humilde e despretensioso muito obrigado. Deus lhes pague.

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