Em homenagem ao Dia do Professor o paracatu.net entrevistou duas Professoras do Curso Técnico em Agrimensura da Escola Multi Tech.
PARACATU.NET – Fale um pouco sobre vocês.
Ana Carolina: Tenho 26 anos, sou formada em Geografia pela UFMG. Sou Professora do curso Técnico de Agrimensura na Escola Multi Tech e exerço minha função de geográfa.
Thaís: Sou formada pela UFU, Mestre, Pós-graduação em Educação a Distância pela FINOM, Coordenadora e Professora do Curso Técnico em Agrimensura na Escola Multi Tech, Professora de Educação a Distância na FINOM e Consultora Ambiental na GEO Consultoria.
PARACATU.NET – Ser Professor é:
Ana Carolina: É ter muita vontade de ensinar ao próximo o que aprendemos. É ter paciência e acreditar que as pessoas ainda podem ser melhores.
Thaís: É uma missão, acima de tudo é acreditar na ética no respeito e na base familiar.
PARACATU.NET – Como e por que se tornaram professoras?
Ana Carolina: Por gosto, os professores são à base da sociedade. Entrei na faculdade com o intuito de ser professora, mas durante o curso percebi que o trabalho do professor não é bem valorizado, então decidi não exercer apenas o cargo de professora.
Thaís: Na verdade meu foco não era a licenciatura e sim a pesquisa, mas na UFU eu tinha opção de fazer licenciatura ou bacharelado ou os dois, como resolvi fazer os dois e deixei a licenciatura por último, foram surgindo oportunidades para me tornar professora de ensino superior, e aqui estou.
PARACATU.NET – Para vocês quais as mudanças significativas vem acontecendo na educação brasileira nos últimos anos?
Ana Carolina: De modo geral acho que não há nenhuma melhoria, principalmente das condições de ensino. O salário, os estabelecimentos escolares e as salas de aula só pioram. As famílias não acompanham seus filhos na escola e os professores acabam fazendo trabalho duplo, tendo que ser professor e pai ao mesmo tempo.
Thaís: Se compararmos a educação brasileira de 1980 – 2000 veremos uma enorme diferença dos dias atuais, as coisas pioraram. Falta respeito com o professor, que é tratado como um nada, o que antes era figura de respeito hoje representa descaso. São pais que apoiam filhos rebeldes em sala de aula e se voltam contra o professor ao invés de ajuda-los. O próprio professor tornou-se intolerante mediante a situação, muitas vezes há falta de respeito do professor para com o aluno e vice-versa. Existem boas Escolas e bons Professores mas o cenário em sua maioria é dez desesperançoso.
PARACATU.NET – Com a situação atual ninguém quer se tornar professor, é uma profissão que “recomendaria” a seus filhos?
Ana Carolina: Quando escolhi meu curso eu sofri certo preconceito de pessoas da minha família que disseram: “nossa, você quer ser professor”? Como se isso fosse a pior coisa do mundo, então eu não diria ao meu filho para não ser professor, mas esclareceria a ela os prós e contras dessa profissão como qualquer outra.
Thaís: Eu não influenciaria em sua decisão, gostaria que ele analisa-se e escolhesse o que fosse melhor para ele.
PARACATU.NET – Em sala de aula, como age com seus alunos?
Ana Carolina: Tenho muita paciência para ensinar e explicar a matéria quantas vezes possível. Como dou aula para adultos é mais desafiante, tenho alunos mais velhos que eu, e com mais experiência também, por isso tentar convence-los é mais complicado, ás vezes não tenho paciência nesse sentido, com a forma de agir das pessoas.
Thaís: O ensino técnico é gratificante porque é uma troca de experiências. Trabalhamos com parceria, é um precisando do outro.
PARACATU.NET – Que mensagem gostariam de deixar á todos os Professores nesse dia?
Ana Carolina: “Nunca desistam da causa de ser professor, sem nós a sociedade não caminha, apesar da situação crítica, acreditem. Se um professor fala e apenas uma pessoa escuta e leva aquilo para sua vida já é de grande importância”.
Thaís: “Que hoje seja um dia de reflexão. Deixo um apelo aos Professores eleitos vereadores esse ano, espero que possam olhar a classe e contribuir para a melhoria da situação dos professores municipais”.
Entrevista: Raniele Salomé