Ter razão ou ser feliz?

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Conheço gente que prefere ter razão do que ser feliz. Aliás, pelo que sei é o que mais tem. As pessoas morrem por causa da sua razão. Morreu, porém, tinha razão. Provou seu ponto! Só que morreu…
Tem casais que brigam todos os dias para ver quem está com a razão. Jogam fora sua felicidade, o prazer em estar juntos, em ter uma convivência familiar maravilhosa para terem razão. Brigam com todos, quebram os pratos com todos, mas tem razão. Vivem sós porque tem razão.
Tive professores na faculdade de medicina que por terem razão frequentemente perdiam seus pacientes. É que as doenças dos pacientes, as vezes, teimavam em discordar da razão dos professores. Só que, quando um professor, doutor, Ph D tem razão, azar de quem discorde, mesmo que o mundo prove que ele não está certo, de fato.
Tem gente que vive uma vida errada só pra provar que estava com a razão. Conheci um casal que eles foram feitos para qualquer um, menos um para o outro, ou seja, nunca deveriam ter se juntado. Aliás, isso era tão óbvio que quando eu conversava com cada um em particular, eles me confirmavam essa impressão. “Eu nunca deveria ter me casado com esta mula”. “Eu não devia ter aceitado esta mala”. Aí eu perguntava porque continuavam juntos. As respostas variavam mas o tom comum era mais ou menos isso: “Eu vou provar para ele(a) que ele(a) está errado(a)”. “Você vai ver, quando ficarmos velhos aí ele(a) vai me dar o devido valor”.
Acho que, se há uma estupidez humana digna de medalhas, é esta. Se o que está em jogo é a felicidade, para que ter razão? Aliás, qual o propósito de se ter razão? Ter razão significa provar algo para alguém. Provar seu ponto. Ora, isso só tem valor se o resultado disso é útil para quem prova. Se quem prova não só não ganha nada com tal prova como pode até perder algo, para que brigar tanto pela prova?
Tenho aconselhado muita gente ao longo destes últimos 20 anos de prática clínica e de coaching de mudanças. Um dos mais frequentes conselhos que dou é parar de ter razão e ser mais feliz. Abra a mão de estar certo, saia da escravidão do correto, ache prazer em estar errado, encontre júbilo em não ter certeza, desfrute a incerteza e cultue a falta de razão. E seja mais feliz.
Sempre que algo mais importante estiver em jogo entre ter razão e este algo, prefira o que tem mais valor e abra a mão de ter razão. Eu não tenho razão há muito tempo. Não tenho razão sobre a maioria das coisas que penso, digo ou faço. E tem mais, se você por acaso achar que isto que escrevi está errado, você está certo(a). Eu é que não quero ter razão, pelo menos não se tiver que perder sua amizade.
Tenha menos razão e seja mais feliz!
(Nelson Spritzer)

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