Força, União e Dever! Esse é o nosso lema, Uai Tchê!

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O projeto RONDON é um projeto do governo federal coordenado pelo Ministério da Defesa e conta com o apoio do Ministério da Educação. Ele visa levar os universitários a conhecerem os diferentes contrastes do nosso país, e ainda de possibilitar que a comunidade receba ajuda por meio das diversas áreas de conhecimento dos universitários envolvidos na operação.

Nos dias 06 a 22 de julho de 2012, deu-se início a operação açaí, no estado do Pará. Onde se concentrou cerca de 400 rondonistas de todo o país em Belém – PA para a abertura oficial, de lá esses rondonistas se dividiram em 19 equipes, onde cada equipe foi atuar numa determinada cidade.

A nossa equipeficou sob a coordenação de quatro professores, sendo dois da faculdade FINOM de Paracatu – MG e duas da universidade UNICRUZ de Cruz Alta – RS, sendo respectivamente: Pedro Toledo e André Duarte; Patrícia Marisco e Janaíne Santos. Para dar todo o suporte logístico e também garantir a nossa segurança o fuzileiro naval Suboficial Cláudio Oliveira do Rio de Janeiro – RJ, também denominado pelo RONDON “Anjo” foi peça fundamental na nossa equipe.

Para completar a equipe foram selecionados pelas faculdades ditas acima dezesseis universitários, sendo oito da FINOM e oito da UNICRUZ. Sendo eles: Fernanda Lorrane – Direito,Joel Mário – Engenharia Elétrica, Luiz Sutil – Engenharia Ambiental, Mariane Santos – Engenharia Elétrica, Rafael Faria – Engenharia Elétrica, Raiane Souza – Engenharia Ambiental, Roseane Amaro – Agronomia,Queliane Pacheco – Pedagogia; Caroline Freiberguer – Enfermagem, Franciele Andrade – Biomedicina, Gisáh Chein – Enfermagem, Leandro Chaves – Biomedicina, Matheus Cargnelutti – Arquitetura, Seila Santos – Direito, Thais Crespi – Biomedicina, Pâmela Gonzáles – Comunicação.

Desta forma a nossa equipe contou com 21 elementos bem dispostos a ajudar toda a comunidade de Magalhães Barata – PA, cidade esta que fomos delegados a trabalhar durante a operação açaí.

Depois da abertura oficial em Belém – PA, chegamos à cidade de Magalhães Barata no dia 8 de julho de 2012, onde ficamos alojados numa creche.
O lugar era muito simples, com apenas três quartos bem pequenos, no entanto isso não foi nenhum problema para nossa equipe, aliás, foi motivo de muita união e sabedoria ao dividirmos os quartos. A pesar de todo o trabalho para bem dividirmos os quartos ainda assim não foi possível que todos ficassem dentro dos mesmos, por isso os professores Pedro Toledo e André Duarte juntamente com o nosso Anjo Cláudio Oliveira tiveram que dormir na área lateral esquerda da creche e as professoras Patrícia Marisco e Janaíne Santos dormiram na secretaria de educação e cultura que ficava na mesma rua da creche depois de umas quatro casas do lado oposto da creche.

Foram inúmeras as experiências durante toda a operação. A começar pela experiência de voar, afinal foram duas horas e trinta minutos de voou de Brasília – DF até Belém – PA. Ao sair do aeroporto de Belém tive um imenso choque térmico, pois não estava acostumado com um clima tão úmido e extremamente quente, em um dado momento olhei para o termômetro do ônibus e o mesmo indicava 43° C.

A recepção que tivemos no CIABA em Belém foi louvável, toda a Marinha e coordenação do RONDON não pouparam esforços para o nosso bem estar. Vários dos pratos típicos daquela região eu experimentei, por exemplo: Pato no Tucupi, Tacacá, Vatapá, Jambu, Caranguejo, Mexilhão, Açaí, Cacau, Cupuaçu, Castanha do Pará, entre outros.  Segundo a coordenação do RONDON o foco desse projeto é o universitário e ao longo de todo o projeto isso ficou bem claro, pois todos os olhos se convergiam para nós.

Evidente que apesar de todo o excelente tratamento que tivemos jamais me esquecique havia uma missão a ser cumprida nessa operação. Realizei várias oficinas com os Magalhães – Baratense utilizando de uma linguagem acessível e direta, falando sobre a energia elétrica,cuidados com a mesma, medidas de primeiros socorros em caso de acidentes com a eletricidade, redução da conta de luz, mercado de trabalho, tecnologias, educação… Também visitei incontáveis casas daquela cidade e nas comunidades, onde prestei consultoria nas residências falando sobre como reduzir a conta de luz, identificando erros gravíssimos na instalação elétrica, orientando os comerciantes sobre os equipamentos elétricos. Também estive com algumas professoras da fundação Abrinq que estavam prestando serviços à comunidade de Magalhães Barata onde pude desenvolver atividades com as mesmas para o beneficio de toda a população.

Estive com o pároco de Magalhães Barata e o mesmo junto com a comunidade preparou uma noite de diálogo cultural entre todosnós, e naquela mesma noite nós aprendemos uma dança fortemente difundida em todo o estado do Pará, essa dança é chamada de “Carimbó”, e por inúmeras vezes nós dançamos esse ritmo envolvente e marcante.

Muitos devem pensar que ir para o projeto RONDON se resume a levar conhecimento a uma população carente em todos os sentidos, de fato nós fazemos isso também, no entanto a troca de saberes cultural é o maior de todos os aprendizados, creio que é impossível estar numa cultura totalmente diferente do nosso costume e não aprender também com eles. O meu aprendizado nesses 18 dias fora de MG foi inenarrável, fico até com o coração apertado por não conseguir traduzir tudo o que vivi nesse local, mas desejo destacar algumas pessoas que foram marcantes nesse projeto. A começar pelo morador de Magalhães Barata Abdala Mamede, um senhor de 87 anos que conheci logo no primeiro dia de atividades que desenvolvemos naquela cidade. Um homem que nunca teve a oportunidade de ingressar numa faculdade e, no entanto é dotado de um saber intelectual como nunca vi algo semelhante. Este homem é totalmente informado do que acontece no Brasil e no mundo, na sua sala existe uma mesa onde ele guarda livros dos mais raros e disputados no mundo dos leitores. Com ele eu pude aprender muito e por ser o primeiro dia de atividades naquela cidade já entendi que mesmo num lugar tão distante e escondido se encontrava joias raras e preciosas, das quais deveriam ser divulgados para toda a humanidade.

O público de minhas oficinas era na sua grande maioria os jovens, na verdade foi proposital, pois acredito na juventude, sou jovem e conheço as dificuldades próprias dessa idade, venho de um lugar humilde e apesar de todas as dificuldades nunca me curvei ou pensei em desistir, ao contrário quis ir muito mais além do que eu mesmo pudesse enxergar.

Como símbolo de união e trabalho nós construirmos uma horta comunitária totalmente orgânica para a população. E na sexta-feira, 20 de julho de 2012, a comunidade quis nos homenagear, reunindo as autoridades da cidade e a população para nos prestar homenagens e agradecimentos pelos trabalhos que desenvolvemos durante as duas semanas de operação.

Seria vergonhoso para mim, se eu não destacasse entre todas as experiências que eu tive a maior de todas elas, que foi os amigos que fiz nessa operação. É com o coração ardendo que falo com imensa saudade do amigo Cláudio Oliveira e de todos os amigos da UNICRUZ que juntos com os da FINOM me fizeram experimentar o que há de melhor na vida, juntos nós partilhamos cada segundo de aprendizado, a propósito o dia 14 de julho foi o dia do RONDONISTA e lá nós estávamos; e para completar o calendário o nosso último dia na comunidade de Magalhães Barata foi o dia 20 de julho, dia este consagrado ao AMIGO, sem dúvidas alguma, pelo fato de toda a nossa união e amizade que se formou, foi com imenso orgulho e sensação de dever cumprido que na madrugada do dia 22 de julho durante a despedida,ouvimos dos nossos quatro coordenadores: “Em todas as operações que participamos, essa foi a equipe mais unida que tivemos, e isso nos deu forças para continuarmos no RONDON…”

É difícil de acreditar que se transcorreram dezoito dias fora de MG, perdi por completo a noção de tempo. Fico muito feliz por ter escrito esse artigo para o paracatu.net, e assim divulgar esse majestoso projeto.

Lembro-me que durante a nossa ida para o aeroporto de Brasília o professor Pedro Toledo me pediu que conduzisse uma oração para o bom êxito da operação, e quando todos nós rezávamos eu pedia a Deus que nos concedesse a graça da união e do perdão, pois se tivéssemos esses pilares tudo daria certo. E assim foi, uma experiência única e memorável que jamais se repetirá e por isso a vivemos com tanto gozo e amor, fazendo valer o nosso lema: “FORÇA, UNIÃO E DEVER! ESSE É O NOSSO LEMA, UAI TCHÊ!”.
Joel Mário de Souza.
Universitário da faculdade FINOM – 7º período de Engenharia Elétrica.

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