A morte de uma criança de 8 anos em Paracatu por falha em um aparelho de oxigênio em 2011 continua a dar polêmica na Câmara Municipal. Em reunião na última segunda-feira, 16, o vereador Vânio Ferreira usou da tribuna para denunciar diversas supostas irregularidades no Hospital Municipal.
Ao abrir a pauta, o vereador exibiu o vídeo de um noticiário televisivo que relatava a morte de 13 pacientes no Hospital Santa Maria, no Distrito Federal. Segundo apurado, as mortes teriam sido causadas pela troca das tubulações de oxigênio e ar comprimido em um mesmo leito da Unidade de Terapia Intensiva. Segundo Vânio, em situação idêntica no hospital paracatuense cerca de 14 pessoas tiveram seu óbito confirmado, fato este que teria sido apurado em conversas informais com médicos da cidade.
Em seguida, o vereador usou do espaço para questionar o poder exercido pela Faculdade de Medicina de Paracatu no Hospital. Para ele, basta visualizar as colunas projetadas com arquitetura clássica grega que estão sendo erguidas em frente à Avenida Olegário Maciel para se constatar a que estágio tal influência chegou.
Segundo Vânio estas colunas seriam apenas os primeiros dos diversos pontos em que a parceria público-privada instaurada de forma irregular no Hospital Municipal feria o princípio da impessoalidade. Para ele, "não é possível saber se os médicos que encontramos são empregados da Faculdade ou funcionários do Município. Não sabemos se eles estão lá para dar aula ou atenderem".
O vereador finalizou ainda sua tribuna questionando novamente os interesses da parceria do munício com a instituição de ensino. "Tudo leva a crer que aquelas colunas gregas são apenas o primeiro ponto de uma estrutura toda montada para beneficiar particulares, desde a lavanderia até o refeitório, tudo é utilizado por uma instituição privada, e enquanto pessoas morrem no atendimento", encerrou Vânio.
