Paracatu.Net – Como nasceu a sua vocação?
Padre Geraldo Marcone – Nasceu no distrito de Correntina de Gunhães quando eu ainda tinha oito anos na escola. Me lembro que minha professora fez uma pergunta e pediu que os alunos escrevessem a resposta. Ela perguntou: o que você quer ser quando crescer? E eu escrevi: Quero ser Padre. Fui alvo de deboche para os colegas, mas isso nunca me atingiu a ponto de eu desanimar, fui a fundo e estou nessa missão sagrada até hoje.
Paracatu.Net – Em dez anos de sacerdócio, qual foi o momento mais difícil?
Padre Geraldo Marcone – Foi no segundo ano de padre em Arinos, devido a eu ter excesso de trabalho e estar sozinho na paróquia. Muitas vezes senti frustrado com a missão, mas nunca na minha vida pensei em largar o sarcedócio.
Paracatu.Net – Essa sua vocação religiosa é fruto da educação dada por sua família?
Pe Geraldo Marcone – Sim, mas principalmente minha mãe e minha vó, que eram pessoas de fé. Meu pai era religioso, mas não era muito “igrejeiro”. Época de férias eu ia muito à casa da minha vó e ia com ela para a igreja, principalmente às quartas-feiras quando aconteciam as novenas do Perpétuo Socorro às três horas da tarde. Foi quando eu tive uma vocação mais Redentorista, através da Rádio Aparecida. E hoje me sinto muito feliz em ser Pároco em Paracatu justamente da paróquia de N.S. Aparecida. E coincidentemente trabalhei em Arinos também na paróquia de N.S. Aparecida.
Paracatu.Net – O que te faz pensar que é difícil ser padre hoje?
Pe Geraldo Marcone – Talvez a solidão que muitas vezes sentimos, mas no meu caso hoje tenho o Padre Dito e dois padres juntos dividem idéias, trabalho, funções. Eu sou muito de dialogar e não ter com quem conversar é difícil. O Pe. Benedito tem me ajudado muito na minha caminhada e a ser obediente à igreja.
Paracatu.Net – Uma das maiores polêmicas dentro da igreja é a questão do padre poder ou não casar. O senhor acha que traria mais vocações ou problemas pra dentro da igreja?
Pe Geraldo Marcone – Eu acredito que problemas. Sozinho, o padre já tem várias pastorais. Casado, ele teria que dividir os cuidados, pois afinal, em primeiro lugar vem a família. E como vai a família hoje? A maioria dos nossos atendimentos é com relação a problemas de casais, a família. E é preciso que o Padre se dedique à sua Messe.
Paracatu.Net – O que mais te dá prazer hoje?
Pe Geraldo Marcone – Primeiro é celebrar o sacrifício da Missa todo dia, a força de tudo é o amor, o ágape. E segundo é o povo. Me dá alegria ver a participação do povo. Hoje eu sou satisfeito, se Jesus disser “estou te buscando hoje”, eu vou realizado, pois sinto que cumpri minha missão. Minha alegria é realmente estar no meio do povo, o contato.
Paracatu.Net – O senhor tem algum sonho?
Pe Geraldo Marcone – Meu sonho é estar sempre unido ao meu bispo, sentir-me realizado nesta obediência à igreja. Outro sonho é ver o povo feliz.
Paracatu.Net – E algum sonho material?
Pe Geraldo Marcone – Talvez, construir um santuário que pudesse comportar todas as pessoas principalmente na época da festa de Nossa Senhora Aparecida.
Paracatu.Net – Como o senhor resumiria seus dez anos de sacerdócio e qual presente gostaria de ganhar?
Pe Geraldo Marcone – Nestes dez anos, fui Padre, só Padre, sempre Padre, sempre servi e quero servir sempre com amor. E quanto ao presente (risos) de coração, que o povo reze por mim e pela minha santificação.
