Reeleito, Almir Paraca fala ao Paracatu.Net

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Almir Paraca Cristóvão Cardoso, 48 anos, bancário, professor e deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores. Foi reeleito com 18.733 votos em Paracatu e com um total de 40.521 votos. Foi deputado estadual pela primeira vez em 1994, mas renunciou dois anos depois para assumir a Prefeitura de Paracatu. Voltou a eleger-se deputado estadual em 2006.

Casado e pai de três filhos, é graduado em História pela UFMG e funcionário de carreira do Banco do Brasil. Fundou, administrou e colaborou com a gestão participativa de inúmeras organizações, redes e movimentos sociais, como associações, cooperativas e consórcios intermunicipais.

Iniciou sua vida pública em 1992, como vereador em Paracatu. Funcionário do Banco do Brasil desde 1978, ocupou o cargo de diretor executivo de Desenvolvimento Social da Fundação Banco do Brasil. Atuou em entidades ligadas às áreas educacional, ambiental, cultural, da infância e da adolescência e de promoção do desenvolvimento sustentável, tais como Missão Criança, Fundação Conscienciarte, Cáritas Diocesana, Comitê da Bacia do Médio São Francisco, Agências de Desenvolvimento Sustentável e Integrado das Bacias dos Rios Urucuia e Paracatu, Movimento Cultural de Paracatu e Centro de Educação Transdisciplinar. As principais regiões de atuação política são a Bacia Mineira do Rio São Francisco, Noroeste, Norte e Central.

Paracatu.Net – Quais foram seus projetos de destaque para o desenvolvimento da cidade durante o último mandato?

Paraca: Talvez o grande feito que ganha relevo no nosso trabalho, eu que milito tanto com a educação e na área social, tenha sido exatamente a conquista do IFET, antigo CEFET. Houve participação da nossa parte de modo incisivo para viabilidade de uma unidade do instituto federal em Paracatu. A região receberia uma única unidade que estaria instalada em outra cidade, nós fizemos toda uma construção política regional para garantir mais de um e que um destes viessem para Paracatu.

Além disso, o que ganha destaque é nossa atuação para implantação do curso de medicina em Paracatu. Nós atuamos diretamente junto ao MEC, para viabilizar essa conquista para Paracatu. A consolidação da fundação Conscienciarte, que eu considero a maior obra social da cidade em número de atendimentos e em diversidade de públicos que ela atende. É importante dizer também da conquista da vara federal para Paracatu e o acompanhamento de programas e projetos federais. Desde o primeiro mandato do presidente Lula, por ter um contato direto na Casa Civil, fiz gestão para que os projetos pudessem ser bem considerados, conduzidos e implementados. Se a gente levanta o volume de recurso que vieram do governo federal durante os últimos anos, é um volume muito grande, e certamente nós contribuímos muito com isso fazendo uma gestão política permanente junto ao governo federal.

Reconheço que não divulguei o suficiente minhas ações, o que dá uma impressão de que o Deputado fez pouco pela cidade. É como o evangelho fala “a mão esquerda não sabe o que a direita está fazendo”, mas na política é preciso dar visibilidade, até como uma forma de prestar contas do trabalho.

Paracatu.Net – O senhor se considera um militante da educação. O Brasil no mundo é um dos países com economia mais emergente, o que não acontece no quadro da educação. Quais investimentos o senhor pretende trazer para Paracatu de forma que possamos amenizar/melhorar este quadro?
Paraca: Eu sempre digo que não possamos pensar na cidade de forma isolada, como se ela fosse uma ilha. Os problemas da educação em Paracatu são os mesmos da nossa região, de Minas Gerais e do Brasil. Nós temos que fazer intervenções estruturais para tentar atacar e resolver estes problemas. Acredito, por exemplo, que a conquista do já mencionado IFET para Paracatu vai nesta linha de tentar oferecer uma alternativa de ensino profissionalizante de qualidade dirigido para as vocações regionais e que favoreçam o desenvolvimento local, formar mão de obra de qualidade dirigida para a demanda que as cadeias produtivas regionais estão apresentando. Se precisam de técnico, por exemplo, em mineração, nada mais justo que formar esta mão-de-obra aqui. Pretendo atuar para viabilizar a Universidade Aberta para Paracatu, este é um projeto do Governo Federal que já existe a alguns anos. Consiste em ensino a distância de grande qualidade, eu vejo como a melhor maneira de democratizar o acesso ao ensino superior em cursos que não demandam aulas presenciais obrigatórias.

Paraca: Temos também que pensar na Cidade Paracatu. Para ser honesto comigo e com todos nós, Paracatu em toda sua história política nunca foi plenamente planejada. No momento em que nós estamos vivendo de franca ascensão de crescimento e diversificação econômica, por exemplo da área Educacional no Município, com Faculdades implantadas e em fase permanente de crescimento, Paracatu precisa ser planejada. Esta é a principal tarefa com a qual quero contribuir: ajudar a pensar o futuro de Paracatu, e isso não é possível sem chamar as grandes empresas para esta mesa de conversa, em particular as mineradoras, que têm uma grande presença na economia local, em uma atividade datada, portanto elas têm que deixar de alguma maneira um legado para nossa cidade.

Paracatu.Net – O Senhor acha satisfatório, baseado nas perdas do município com a mineração, o investimento que estas fazem na cultura, no meio-ambiente e infra-estrutura, enfim, na cidade?

Paraca: De maneira nenhuma, está plenamente insatisfatório. Muito menor do que devia e do que é de se esperar de uma empresa deste porte. Hoje todas as grandes corporações, como a Votorantim e a Kinross, trabalham com o conceito de responsabilidade socioambiental. Isso está no discurso institucional, se você abre a página [da internet] destas empresas, você verá claramente o discurso dizendo que estas empresas cuidam do meio-ambiente, que dão retorno social para a comunidade na qual estão inseridas e presentes. Precisamos transformar este discurso em realidade, mas isso é uma tarefa que não é exclusivamente do deputado, do prefeito, dos vereadores ou das empresas. Isto demanda uma grande orquestração para que possa acontecer e alguém tem que liderar este processo. Não queremos puxar isso, mas queremos contribuir. Acredito que a própria ADESP está credenciada para fazê-lo, já que têm pessoas bem formadas e habilitadas que possuem domínio da realidade econômica, social e política de Paracatu, mas o mandato quer contribuir com isso e fazer parte deste processo.


Paracatu.Net – Vemos que nos últimos anos, Paracatu se tornou um pólo educacional devido às faculdades particulares. Porém ainda temos um grande êxodo de estudantes à procura de Universidades públicas. O senhor vê em um futuro próximo a vinda de uma Universidade Federal, Estadural ou a implantação de mais campus em Paracatu?

Paraca: Esta é uma questão que nós precisamos discutir com decisão. Aqui já tem um pólo da Unimontes, e até onde eu tenho informação, está subutilizado. Alguns cursos estão fechando porque não têm demanda de alunos em Paracatu. Esta situação poderia ser transferida para uma possível Universidade Federal em Paracatu, mas independente disso, é meta nossa e pretendemos trabalhar por isso.
O Brasil tende a crescer muito na oferta de ensino superior e tecnológico para todo o país e Paracatu não pode ficar fora disso. Eu já falei da Universidade Aberta do Brasil, que é uma universidade pública federal e gratuita na modalidade da distância. A presencial pode vir associada ou não, o próprio IFET vai começar a oferecer cursos superiores na área da engenharia e cursos também de pós-graduação, mestrado e doutorado. Uma grande medida, na área técnica pelo menos a oportunidade já está dada a partir do IFET. Certo é que isso tudo tem que ser pensado dentro do projeto e do plano de desenvolvimento sustentável em Paracatu.



Paracatu.Net – Muitas vezes a atuação do Deputado Estadual é muito limitada. Você foi prejudicado pela questão do PSDB estar no governo? Como fica agora, que o PSDB continua no governo do estado?
Paraca: Eu fui muito prejudicado por ser oposição. Eu acho que é uma postura discricionária do ex-governador Aécio Neves. Espera-se que em pleno século 21 nós tenhamos a capacidade de fazer uma gestão política que contemple e considere a natureza da representação do legislativo. Eu não só como deputado estadual majoritário de Paracatu quanto como deputado também do noroeste, acho que deveria ter sido no mínimo mais consultado pelo governo do estado com relação ao planejamento da região. Procurei ocupar os espaços de debate na assembléia e influenciar as discussões que eu entendi como pertinentes para nossa região, mas certamente de uma posição desfavorável, por não ser governista. E quanto à segunda pergunta, é o mesmo governo, é o mesmo partido e a mesma relação, a princípio. Mas eu avalio minha relação com o governador Anastasia como mais próxima. Ele é um técnico com o qual me relacionei desde o primeiro mandato como deputado, quando ele ainda estava na oposição e não tão evidente como gestor de excelência que ele acabou se tornando. Não só acredito, mas espero mesmo e vou atuar para uma aproximação com o Governador, aproveitando a abertura que nós temos de conhecimento e diálogo. Espero que ele seja mais aberto e permeável a este aspecto da representação política, que o único deputado da região seja ouvido e considerado. Eu avalio com grande possibilidade que isto aconteça pelo perfil distinto entre o Governador Anastasia e o ex-governador Aécio Neves

Paracatu.Net – Com relação ao PT em Paracatu. O partido continua dividido, o que o senhor fará para aglutinar novamente ou a tendência é ter duas facções? Como você, consolidado como maior liderança no noroeste mineiro, vê este novo desenho dentro do seu partido?

Paraca: O meu papel como líder partidário – papel que eu não quis exercer ao longo do tempo, pois o líder possui um aspecto de comando, orientação, e honestamente é uma função que eu não chamei pra mim. Até em uma postura democrática, de permitir que as posições se apresentem e ganhem espaço, de forma que as pessoas se alinhem da maneira que acreditarem ser mais pertinentes. Essa pergunta me remete a uma cobrança daqueles que sempre estiveram mais próximos de mim e me apoiaram principalmente dentro do partido. Não posso manter esta postura, portanto eu vou me esforçar para chamar um pouco esta responsabilidade. Não pretendo de maneira nenhuma me tornar um cacique partidário, coisa que eu abomino. Não gosto da idéia de que um partido tenha um cacique que as pessoas sigam cegamente e obedeçam, aquela história do ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’. No mínimo preciso realmente dar um comando, vou trabalhar muito no sentido de resgatar a unidade partidária, é nossa obrigação e eu tenho perfil para isso. Vamos tentar abrir o diálogo e unificar o partido em torno daquilo que é mais importante: construir um projeto para a política municipal.

Paracatu.Net – Consolidado o PT, vai haver candidatura própria para o pleito municipal? Já têm nomes para isso?
Paraca: A tendência natural é esta. Inclusive este é um sentimento natural devido a história e tradição do PT em Paracatu, por já ter governado a cidade e contribuído diretamente com a eleição do Vasquinho, e por minha parte a reeleição do Vasquinho. Apesar do racha, tivemos um candidato na última eleição, o partido é nacional, ao que tudo indica vai fazer a sucessão do presidente Lula, o cenário é plenamente favorável para uma candidatura própria.

Paracatu.Net – A sua dívida com o Prefeito Vasquinho e com o PMDB está quitada agora?
Paraca: Eu tenho dificuldade em fazer contabilidade política, então preciso de mais tempo para avaliar isso (Risos)

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