Pacífico, respeitoso, admirável, amigo, companheiro, decente, humilde, puro, verdadeiro. Adjetivos como esses e muitos outros mais, todos positivos, foram utilizados nas referências feitas na Câmara de Paracatu a um cidadão simples e cativante. Trata-se de Liberino Xavier, 76 anos de idade, um líder comunitário irremediavelmente contaminado pelo santo vírus do amor ao próximo. E que, nesse mister, dá expediente em tempo integral. Ele recebeu daquela Casa uma Moção de Reconhecimento pela sua lida benfazeja, na segunda-feira, 12 de dezembro. O autor da honraria foi o vereador João Batista dos Santos, o Joãozinho Contador.
Era para ser uma solenidade simples, realizada num pedaço diminuto de uma reunião de trabalho. Mas era grandeza demais para caber em espaço minúsculo. Como nunca ocorreu em momentos semelhantes, lá estavam, além dos vereadores locais, o prefeito Vasco Praça Filho, o seu vice, José Maria Andrade Porto, o secretário de Governo, Roberto Peté Mendonça, e até um vereador de Unaí, Euler Braga. Todos enfeitiçados e encantados por um homem humilde, ingênuo até, que estudou apenas até o quarto ano de grupo escolar, mas que tem sabedoria para dar, vender, emprestar – ingênuo a ponto de chamar o vereador Joãozinho Contador, que tem baixa estatura, de “pequetitinho”….
Seu Liberino, um filho de Patos de Minas que veio para o município em 1.972, anda abraçando as boas causas comunitárias, sem nada receber em troca, desde então. Começou levantando a bandeira dos Produtores da Aldeia de Cima, na zona rural, e conquistou inéditos ganhos coletivos. O mesmo aconteceu quando ajudou na fundação da Associação dos Produtores Rurais do Ligeiro. Em 2.005, já morando na cidade, passou a ajudar na luta da Associação dos Moradores do Bairro Alto do Açude, da qual é vice-presidente e pela qual continua lutando, continua lutando, continua lutando…
Ainda encantado diante do triunfo da humildade, da simplicidade e da pureza, cheguei em casa e abri a Bíblia. Lá, em Mateus, em resumo, estava escrito: “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!”. (…) “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!”. “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!”. “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”. Cumpriu-se.
