V Assembléia: A hora e a vez da Paróquia

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Tenho motivos para certo receio. Até agora, grande tem sido nossa ocupação com o pré-Texto da V Assembléia Diocesana de Pastoral. Boa parte de nossas reuniões prende-se à elaboração desse documento que chamaremos de Diretrizes ou Normas Pastorais. Até parece que essa é a finalidade predominante de nossa Assembléia.

Não é não. Reconheço a importância desse tão esperado documento. Afinal, ele terá força normativa para nossa diocese. Mas, uma Assembléia Diocesana é muito mais importante que o documento que dela nasce. A Assembléia tem como objetivo principal, primário e essencial a renovação de nossa vida eclesial, religiosa e pastoral. Tenho muita esperança nos frutos que a Assembléia pode trazer. Queremos ser uma Igreja viva, atuante, autêntica “discípula missionária”. Impõe-se então uma verdadeira “conversão pastoral e missionária” das pessoas e também de nossas instituições e estruturas eclesiais. Devemos passar da pastoral de mera conservação para uma nova visão e atitude pastoral, que integre compromisso sincero e impulso missionário, em atendimento às exigências da Conferência de Aparecida. Feitas as devidas ponderações, fique claro que a prioridade da Assembléia deverá ser nossa “conversão missionária” e a de nossas organizações pastorais, a começar da paróquia, com tudo o que ela significa.

Sim, a paróquia. Que ela se torne mais e mais “comunidade de comunidades”, com seus grupos, associações, movimentos e organizações de discípulos missionários que nela vivem e se expressam e agem de vários modos, de acordo a riqueza e diversidade dos dons divinos. Há quem diga que a paróquia é uma estrutura medieval, rural até e ultrapassada. Já não há lugar para ela na realidade urbana atual. Não concordo, em absoluto. Não é verdade. Precisamos, sim, de uma nova consciência sobre a realidade paroquial, no sentido teológico e pastoral, para superar sua visão apenas burocrática e jurídica. A paróquia é o rosto mais visível e concreto do mistério da Igreja, “sacramento de salvação” para o mundo inteiro.

A paróquia é o ícone visível daquilo que a Igreja de Jesus é na sua totalidade. A paróquia é a Igreja na base, célula viva do Corpo de Cristo, único lugar onde muita gente ainda realiza sua experiência de encontro pessoal com Jesus e com os irmãos. É nela que a Igreja chega concretamente às pessoas. Evidentemente, nenhuma paróquia se basta a si mesma nem realiza sozinha e autonomamente sua missão, mas o faz na comunhão da Igreja diocesana e na comunhão universal da Igreja. A paróquia expressa o concreto e visível “povo de Deus” que irradia no mundo a luz de Cristo.

Difunde o sal e o fermento benéficos do Evangelho. Faz aparecer os sinais da presença do Reino de Deus entre nós. Na paróquia, a Igreja inteira se manifesta e realiza a missão recebida de Jesus: a) anuncia e acolhe a Palavra de Deus; b) testemunha a vida nova recebida no batismo, vivendo a santidade a que todos são chamados; c) organiza e realiza o serviço da caridade pastoral, em nome de Jesus, e a seu exemplo. Que lugar mais apropriado do que a paróquia para se viver a fé? É nela que somos iniciados na fé e na sua vivência. Que lugar melhor que a paróquia para conhecer e experimentar a presença e a ação de Jesus? Nela o Cristo sacerdote nos santifica; o Cristo mestre nos instrui; o Cristo pastor nos guia, alimenta e conduz à salvação. Que lugar melhor que a paróquia para viver a comunhão? Nela fugimos ao anonimato. Somos reconhecidos pelo nome. Enfrentamos o desafio de viver a alegre fraternidade. Que lugar melhor que a paróquia para ser discípulo missionário de Jesus? Nela, aos domingos, nos encontramos como família.

Alimentamo-nos com o Pão da Palavra e o Pão Eucarístico. Dela saímos revigorados, para evangelizar o bairro, a cidade, o mundo. Desejamos dar uma resposta clara e objetiva às propostas de Aparecida? Sonhamos uma Igreja renovada, atualizada, comprometida com a Missão Continental e formadora de verdadeiros discípulos missionários do Reino? Comecemos então por uma grande mudança ou transformação ou “conversão” de nossas paróquias. A isso e a mais do que isso pode e deve levar-nos a V Assembléia Diocesana de Pastoral.

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