Comissão quer investigar formação do preço do leite no País

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Deputados da Comissão de Agricultura da Câmara podem recorrer a órgãos como o Ministério Público Federal para investigar a formação do preço do leite no País. Nesta terça-feira, o colegiado realizou audiência pública para discutir por que o valor cobrado pelo alimento sobe tanto no decorrer da cadeia produtiva – que começa no produtor rural, passa pela indústria de laticínios e, finalmente, chega aos supermercados.

A maior preocupação dos parlamentares é a diferença entre o que é pago ao produtor primário – R$ 0,77 por litro, em média – e o que é cobrado do consumidor final (R$ 2,20, em média, segundo a Confederação Nacional da Agricultura). Em alguns estados, o consumidor pode encontrar o leite longa-vida por mais de R$ 3.

No debate, o representante da indústria de laticínios, Alexandre Marques, garantiu que o segmento tem margem de lucro máxima de 4% sobre o que é pago aos produtores. Ele argumentou que, de 1994 até hoje, o leite foi o produto cujo preço menos subiu na indústria em proporção aos aumentos nos insumos, como mão-de-obra e gastos com transporte.

Em relação aos varejistas, o representante da Organização das Cooperativas Brasileiras, Vicente Nogueira, disse que a margem de lucro de até 25% pode ser considerada aceitável. No entanto, ele denunciou que, no Distrito Federal, ela chega a 40% no caso do leite longa-vida. No leite em pó, segundo informou, já foram constatadas margens de 100% em Belo Horizonte.

Custo da embalagem

Os dados foram rebatidos pelo presidente da Associação Brasileira dos Supermercados, Sussumu Honda. Ele afirmou que vai encaminhar aos deputados dados comprovando que o setor tem margem de ganho máxima de 15%.

Para Honda, o preço do leite só não é menor devido ao custo da embalagem tetra pak, presente em 80% das unidades vendidas no País. "É uma embalagem que, quando comparada ao produto, fica muito cara. É preciso lembrar que o modelo de plástico, tradicionalmente chamado de 'barriga mole', tem um custo bem menor", afirmou. Ele destacou que o preço do leite está caindo porque o País começa a sair do período de entressafra.

O deputado Vitor Penido (DEM-MG) informou que vai pedir as planilhas dos supermercados para ver se procedem os argumentos dos varejistas e então tomar providências. "Temos que cobrar isso junto aos órgãos de defesa do consumidor, ao próprio Ministério Público Federal ou até mesmo pedir uma investigação do Ministério da Fazenda. O que não podemos permitir é ouvir do representante dos supermercados que o responsável pelo preço é a embalagem", criticou.

Já o deputado Antônio Andrade (PMDB-MG) alertou que, se a remuneração do produtor de leite não melhorar, o brasileiro mais pobre correrá o risco de ficar sem o alimento, fundamental especialmente para crianças, gestantes e idosos.

Fonte: Agência Câmara.
Acesse áudio da notícia no link www2.camara.gov.br/radio.

Importação

Após audiência pública do setor lácteo, deputados da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e representantes do setor lácteo se reuniram com o secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral. O principal assunto na pauta da discussão foi a importação dos produtos lácteos do Uruguai.

Segundo parlamentares e representantes do setor, a situação do Uruguai é cômoda e se não houver ‘retalhação’ para que o Uruguai aceite um novo acordo, nos moldes do que foi feito com a Argentina, a crise será ainda maior para os produtores rurais. Eles acrescentaram que a quantidade de leite importada do Uruguai é pequena perto do consumo brasileiro, mas é o suficiente para prejudicar o setor no país.

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