Quem se saiu melhor nas eleições deste final de semana, na esfera municipal, foi o prefeito Vasco Praça Filho. Quando decidiu abraçar abertamente uma candidatura, no caso a do deputado federal Antônio Andrade, ele foi feliz: Andrade teve 14.726 votos, a maior votação de Paracatu para deputado federal.
Quando não pôde ou não quis apoiar incisivamente um lado, o que compulsoriamente significaria ficar contra o outro, também nada fez para prejudicar. É o que aconteceu com o deputado estadual Almir Paraca, do PT, o campeão de votos na área estadual, com 18.733 sufrágios nas urnas locais. Teria tido Paraca tamanha consagração, caso Vasquinho tivesse importado um candidato e trabalhado duro para ele no principal reduto do líder petista?
Se fosse consultar o seu coração, Vasquinho teria abraçado a campanha de Augusto Anastasia, do PSDB, que, juntamente com o senador Aécio Neves, ambos seus amigos, fez marcação dura sobre ele. Mas o seu partido é o PMDB – do qual o prefeito quis sair, mas foi dissuadido -, que tinha como candidato a governador o ex-ministro Hélio Costa.
No mais, algumas coisas andaram dando errado neste pleito. O ex-vereador Ragos Oliveira, do PT, lançou sua candidatura a deputado estadual, sem nenhuma chance de vitória, só para inviabilizar Almir Paraca. Deu com os burros n’água: Almir foi bem votado aqui e reeleito. O ex-prefeito Arquimedes Borges e alguns vereadores apoiaram Silas Brasileiro para deputado federal. O vereador Vânio Ferreira, do PT, foi um deles e disse que Silas deveria ter de 10 mil a 15 mil votos em Paracatu. O TRE não divulgou oficialmente, porque o caso está sub-judice, mas sabe-se que Silas obteve menos de quatro mil.
Resumo da ópera: Vasquinho, que vem experimentando uma gradativa recuperação do seu prestígio político, se deu bem, tanto quando fez alguma coisa como quando deixou de fazer.
GALO NA CABEÇA?
Ah, sim: a política é engraçada e cada um interpreta os números de uma eleição do jeito que quer. Apurados os votos, um atleticano, cujo time está ameaçado de cair para a segunda divisão do futebol brasileiro, estava explicando em um boteco:
Marques, ex-jogador do Atlético Mineiro, foi eleito deputado estadual com 153.225 votos, a segunda maior votação de Minas. Gustavo Perrela, filho do presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, teve apenas 82.864 sufrágios. Perdeu também para outro ídolo atleticano, o ex-goleiro João Leite.
Em Paracatu, Perrela empatou com João Leite: 66 votos para cada. Mas perdeu para Marques, que ficou com 87. E o atleticano dizia, cheio de onda: “quando não ganha na bola, a gente “rebenta” eles no meio na política”!