Agora sou daqui!

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Excelentíssimo Senhor
Wilson Caetano, Presidente da Câmara Municipal
Excelentíssimo Senhor
Vasco Praça Filho, Prefeito de Paracatu,
Senhores vereadores,
Público Presente:

Boa noite a todos e a todas
Penso que, em toda a minha vinda, essa é a maior homenagem que recebo. Este título honorífico proposto pelo meu amigo Juarez Pereira, a quem agradeço sinceramente a iniciativa, e aprovado durante a legislatura 2001-2004, da qual fazia parte, dos que aqui estão, Silvio Magalhães, Wilson Caetano e João Macedo que, à época, presidia esta Casa, só agora, passados sete anos, é que me sinto em condições de recebê-lo.

E é, também, uma feliz coincidência que isto aconteça em setembro, um mês que para mim é coberto de significados. Foi em cinco de setembro de 1985, portanto a exatos vinte e cinco anos, que Ana e eu trocamos o primeiro beijo; em 28 de setembro de 95 nos casamos pela segunda vez e, dia 30 do mesmo mês, fui nomeado assessor de imprensa do Paraca, durante o seu primeiro mandato de deputado, e que possibilitou a minha vinda para Paracatu, onde educamos os nossos filhos, publiquei os meus livros e pude assentar poeira, deixando no passado um tempo de constantes retiradas. Houve um momento em que Paraca e eu nos distanciamos, mas, hoje, graças a Deus, retomamos nossa amizade, regada com leituras de Guimarães Rosa e Nilton Bonder.

Inquieto por natureza, aqui tenho atuado em diversas áreas: professor do ensino médio e também superior, colaborador extemporâneo de todos os jornais da cidade: O Lábaro, O Movimento, Visão Regional, Correio Mineiro e agora no jornal Dinâmico, onde assino uma coluna semanal intitulada “Contos proibidos”, cuja repercussão tem-me trazido muita alegria e contentamento; tive também uma rápida passagem pela televisão, levado por Ed Guimarães, pelo rádio, no AM Repórter e posteriormente no AM Notícias, este último comandado por Olimpio Martins, e sempre atuei, também, na política, outra grande paixão. Mas, esse tempo aqui não foi apenas de glória: no ano de dois mil vivi o momento mais difícil de minha vida, quando da publicação no jornal O Movimento, do meu romance “Proezas de Biròzim”. Naquele instante, avalio hoje, acabou-se a minha lua-de-mel com a cidade. A crise foi muito grande, em alguns momentos parecia até insuperável. Mas, diz as Escrituras, há um tempo para tudo, de modo que olho para esse passado recente sem nenhum resquício de mágoa, mesmo tendo plena convicção de que fui duramente injustiçado enquanto jornalista, escritor, artista e livre pensador.

Uma coisa, no entanto, perpassa a minha tragetória em Paracatu: o meu envolvimento apaixonado pela cultura desta cidade que adotei como minha e que, hoje, sou simbolicamente reconhecido como filho. Foi essa identificação e o bom trânsito que sempre tive na área que me levou a ser presidente da Fundação Municipal Casa da Cultura, período de grande efervescência musical na cidade, quando produzi os CDs “Quintal das memórias” que, segundo Vital Farias é o melhor disco que ele ouviu nas últimas três décadas, e o singelo “Mãe natureza”, interpretado por Maria Rita, filha de Valdemar Gavião. Além disso, promovemos importantes shows que ainda hoje vagueiam pela memória dos amantes da boa música: “Cantoria Mineira”, com Didi, Urbano Medeiros, Valdemar Gavião e Rubinho do Vale; e o inesquecível show de Cátia de França e Paulo Matricó, dentro do projeto Sete e Meia Cultural, que acontecia todos os domingos na Praça Firmina Santana; trouxe ainda Saulo Laranjeira, além de ter fomentado o surgimento de tantas bandas de rock e de duplas sertanejas durante aquele período, quando a praça era do povo como o céu é do condor.

Não seria eu quem sou sem os amigos que fiz nesta cidade e que, em momentos difíceis, estenderam a mão para me socorrer: inicialmente quero agradecer ao Paraca, por me ter trazido para esse lugar tão especial, onde me fiz escritor, em alguns momentos cantador, e em todos os instantes, um homem feliz; a Zé Luiz, o fotógrafo, que me tirou do ostracismo e me colocou de volta no mundo do trabalho, além de ter-me ensinado a técnica da fotografia; agradeço imensamente ao prefeito Vasquinho, por quem tenho um carinho imensurável. Vasquinho, você foi o cara que me resgatou do subsolo, me tirou da obnubilação e devolveu à Paracatu o homem que sou hoje, reconciliado com a cidade e comigo mesmo. Por isso, conte sempre com a minha fidelidade e dedicação.

Realmente eu sou um homem de bem com a vida. Não tenho reclamações a fazer, nem tampouco desejo riquezas, bens materiais ou coisas que o valham, afinal “coisas são só coisas, servem só pra tropeçar”. Nem sou homem de grandes preocupações. “Pra que acordar cedo e dormir tarde, pra quê? Comer o pão com tanta dor, se aos que Deus ama ele dá o pão enquanto dorme?” De modo que, nos momentos difíceis, eu sei, Deus cuida de mim. E falo isso sem demagogia, sem falsa fé. Didi, que é mais do que amigo, é meu irmão, e com quem mantenho fecunda discussão musical, literária, filosófica, teológica e exegética, sabe disso muito bem, sabe que penso exatamente assim: tenho uma confiança enorme na Providência; que Deus, que é Pai, sabe o que é melhor para cada um de nós, de modo que é possível viver a vida sem grandes preocupações, pois se nós, que somos humanos, cuidamos daqueles que amamos, quanto mais Deus, cuja Graça é infinita.

Quero agradecer aos meus amigos e colegas da imprensa: Florival Ferreira, companheiro das horas difíceis; Ed Guimarães, amigo de todas as horas; Rubinho, meu ex-aluno, pessoa por quem tenho o maior carinho; Totó, Renatinho e Edmar Gomes; Fernando e toda a equipe da TVP; Glauber César, do Paracatu.net, Vinícius Aguiar, do Portal Paracatu, Uldiceia, Aroldo Dayrell, Olímpio Martins, Ranulfo, Zé Fernandes, Duda, Tiagão e Tiaguinho… é tanta gente. Finalmente quero agradecer mais uma vez a Juarez Pereira, por me haver concedido este título, a João Macedo, que mo entregou, ao amigo e companheiro Wilson, um homem que honra esta Casa legislativa e na pessoa de quem agradeço aos demais vereadores desta Legislatura, pelo carinho com que sou tratado.

E agora, encerrando mesmo, quero dedicar essa honraria a Ana, minha mulher, grande companheira, mãe de Sandino e Jó, que deixou mãe, irmãos, dois empregos públicos em Caicó e me seguiu para essa terra distante que hoje finalmente nos adota como filhos diletos.

Muito obrigado! Que Deus nos abençoe a todos nós, amém!
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