Dando nome aos “bois”

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Fiz comentário na semana passada a respeito do indignado discurso proferido na Câmara de Paracatu pela vereadora Graça Caetano, do PSB. Ela protestou contra matéria publicada pelo “Fantástico”, da Rede Globo, que relatava casos de vereadores e familiares irem a cidades turísticas, à custa dos cofres públicos, com a desculpa de estarem participando de congressos. Ficou parecendo – reclamou a vereadora – que todos os vereadores e câmaras municipais fazem isso. Eu disse que a reclamação não tem tanta razão de ser assim, eis que isso já ocorreu em Paracatu.

Um internauta quis saber quem viajou com despesas pagas pelo erário e desafiou: “Cadê os nomes, Florival?”. Desafio feito, desafio aceito: corria o ano de 2.002. Com a mesma desculpa de que seus membros iriam participar de congressos para melhorar o seu desempenho no Legislativo, a Câmara comprou pacotes, que incluíam viagens de avião e hospedagem em hotéis de luxo, para os vereadores e esposas, que foram divididos em grupos.

O primeiro destino foi Aracaju-SE, em janeiro; o segundo, Porto Seguro-BA, em abril. Antes que a terceira viagem fosse feita, o assunto vazou: uma das esposas mostrou em um salão de beleza fotos de dois vereadores fantasiados de piratas, embarcando para um cruzeiro rápido.

Como se sabe, salão de beleza não é local adequado para guardar segredo… Depois, o advogado Heitor Campos Botelho formalizou, como cidadão, pedido de explicações à Câmara, objetivando a proposição de ação popular, que não chegou a ser apresentada. Os partidos políticos aos quais os turistas eram filiados não se manifestaram, como se não tivessem nada com isso. Somente o PT veio a público, condenando o seu representante Jader Neiva e aconselhando que ele devolvesse ao erário o valor correspondente às despesas, o que não tinha acontecido “até ontem”.

Ah, sim, caro internauta: os remanescentes daquele grupo, que estão na Câmara na atualidade, são João Macedo, Silvio Magalhães e Wilson Martins. No mais, a cobrança é válida e oportuna, para que ninguém mais caia na tentação que, conforme demonstrado pelo “Fantástico”, está mais viva do que nunca.

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