A novela do Anfiteatro continua…

whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button
A vereadora Graça Caetano, do PSB, levou à Câmara Municipal um tema polêmico e que precisa ser melhor explicado. Preste atenção, internauta, porque o caso é comprido. Em julho do ano 2.000, no governo do prefeito Almir Paraca, Paracatu teve um reencontro com a sua história e a sua tradição cultural: inaugurou, com festa, o seu anfiteatro, construído ao lado da Casa de Cultura. Contudo, quando caíram as primeiras chuvas, acabou a lua de mel: o badalado espaço apresentou várias rachaduras e quase desabou. Decepção e interdição, já!

De lá para cá, foram feitas muitas tentativas de recuperação do espaço, tão caro à tradição artística e cultural da gente paracatuense. Até que, em 2.006, depois do cumprimento de exigências burocráticas de toda ordem, o governo federal liberou 200 mil reais com esse objetivo. Alívio geral. Mas parece que enterraram cabeça de jegue no lugar: quando estava tudo pronto para a reconstrução, o Ministério Público opinou contrariamente ao projeto, alegando que passa um curso d’água pelo local, que por isso é, também, área de preservação permanente. E o anfiteatro virou uma espécie de viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido. A tão cobiçada grana federal foi devolvida. Fim de papo.

Mas, recentemente, solicitou-se autorização para construção de imóvel residencial na rua Doutor Sérgio Ulhoa, sobre o mesmo curso d’água e ao lado dos escombros do antigo anfiteatro. E o que aconteceu? O promotor Mauro Hellovith, representando o mesmo Ministério Público que opinara contra a reconstrução ao lado do curso d’água, opinou a favor da edificação por cima do corguinho ou rego. O Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (COMPHAP) e a Prefeitura, aliviados e dando uma de Pilatos, aprovaram a obra.

“Mutatis Mutandis”, Graça Caetano coloca o dedo na ferida e pergunta: “Peraí, cara pálida! Quer dizer então que construir um bem de interesse público ao lado do corguinho, que, aliás, já era canalizado há anos, não pode, mas construir imóvel residencial em cima dele, pode?”. Graça vai oficializar pedido de esclarecimentos ao Ministério Público e aos setores competentes da Prefeitura. De antemão, sabe-se que a nova construção pertence a pessoa que tem ligação familiar com o prefeito Vasco Praça Filho, o que acrescenta mais pólvora ao assunto, já por natureza polêmico.

Agora, cá para nós, internauta, eu tenho a solução para o impasse. O anfiteatro, inestimável bem público, de grande valor artístico e cultural, não pôde ser construído porque seria edificado ao lado do reguinho. Mas a casa particular, que está sendo edificada sobre o mesmo curso d’água, foi autorizada. Então, tá fácil desatar esse nó cego: basta pegar o anfiteatro, que seria reconstruído ao lado, e colocar em cima do rego. Pode ser que o Ministério Público, os órgãos competentes da Prefeitura e o COMPHAP, parafraseando uma obesa personagem televisiva, digam: “aí poooode”!
XMCred Soluções Financeiras
whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button