Desde o surgimento dos primeiros programas de mensagens instantâneas (como o ICQ, avô do MSN), existe uma grande polêmica sobre a forma como as pessoas escreviam as mensagens nestes programas e depois em todo tipo de contato via inter E as conseqüências que aquele costume pode acarretar a médio e longo prazo.
Já ouvi vários professores dizendo que é freqüente corrigirem avaliações e redações cheias de (“pq’s, vc, KD, tb e até voxê”) com o linguajar utilizado na internet, também conhecido como “internertês”.
Há pelo menos dois estilos diferentes de escrita na internet. Uns simplificam palavras, e outro que deforma as palavras. O primeiro que falarmos e utilizam de abreviações para simplificar a escrita, geralmente por comodidade e por economia de tempo. Alguns exemplos são a utilização de “pq” para “porque”, “tb” para a palavra “também”, “qqr” para “qualquer” e por ai vai.
O segundo “estilo”, irrita muita gente e é mais adotada por adolescentes e jovens. Não sei por qual motivo preferem modificar a grafia original das palavras por uma outra da forma como bem entenderem. Trocam palavras grafadas com “ss” por “x”; “ç” por “ss” e por daí para pior. Termos como “ksa”, “axim”, “bunitu”, “xau,” “legau” são comuns e acabam estando presentes nos diálogos via internet e tem inclusive, lançado moda.
"Já olvil falr de tiopês? E de aleshat? ol qe tal leet? -s, vose -n está entendenod naad diço aqui, mas muits internalts -s. É qe na net eçe estranio linguajr está fazenod 1 grande suceço e a idéia, por incrível qe paresa, é esrevr o português de forma earrda."
Peraí, vamos consultar um "tradutor" online para entender um pouco desta bagunça: www.tiopestranslator.cjb.net, "Já ouviu falar de tiopês? E de alechat? Ou que tal leet? Sim, leitor, você não está entendendo nada disso aqui, mas muitos internautas sim. É que na internet esse estranho linguajar está fazendo um grande sucesso e a idéia, por incrível que pareça, é escrever o português de forma errada."
Seja o alechat, tiopês ou mistês, o objetivo deles é tirar um sarro de quem assassina o português; na internet, seja por falta de conhecimento da língua ou por mero erro de digitação. Um dos sucessos desse novo fenômeno nacional e o Lulalol (http://lulalol.blogspot.com), que pega imagens do presidente e soma a elas uma legenda engraçada em tiopês; e o Cersibon, uma tirinha que beira a idiotice e a genialidade ao mesmo tempo.
Essas manias surgem muitas vezes “do acaso”. Em 2006, o internauta Ale Crescini criou uma comunidade no Orkut para fazer novas amizades. Acontece que ele escrevia meio “errado”, com muitas falhas de digitação e de erros de concordância e pontuação. O pessoal achou graça nisso e (olha a maldade) entrou na comunidade para imitar o seu "estilo". Nascia o alechat.
Pouco tempo depois surgia no próprio Orkut o tiopês (o nome vem de "tipo"), um mix do mistês e do alechat. Do primeiro ele pegou a influência de utilizar algumas expressões, como "to de brinks" ("estou brincando"), e, do segundo, a tiração de sarro. "O tiopês tem algumas regras, como a inversão de letras, tipo trocar ‘ch’ por ‘x’. Mas não pode haver o exagero.
De fato, não se vê ninguém por aí falando "to de brinks". Já o miguxês é muito usado tanto na escrita quanto na fala – ele é uma linguagem muito usada pelo público infantil e adolescente, que dá às palavras um tom meio infantil, algo meio Xou da Xuxa.
Vale lembrar que esses fenômenos não são novidade exclusivas do mundo virtual. Sempre se trouxe ao texto elementos da oralidade com o intuito de dar ao português um tom, mais "abrasileirado".
Como escreveu Guimarães Rosa certa vez, "pãos ou pães, é questão de opiniães".
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