Retorno ao batente e encontro uma agradável novidade: Eustáquio de Castro, o Fufuca, um dos pioneiros do rádio do Noroeste de Minas, está de volta ao meio. E, como era de se esperar, esbanjando talento, competência, um charme que só ele tem e, claro, fazendo um enorme sucesso. O diretor Geraldo Júnior, que enxerga longe, bancou o reencontro de Fufuca com o rádio. E o pioneiro apresenta, de segunda a sexta-feira, das oito às onze da noite, pela rádio Liberdade FM (freqüência 104.9), o sucesso que vence a décadas e supera interrupções compulsórias: o programa “correspondente noturno”.
Quando a primeira emissora do noroeste, a Rádio Juriti AM, foi ao ar em caráter experimental, em marco de 1969, Fufuca já estava lá. Primeiro como sonoplasta, depois como locutor. O seu “correspondente noturno”, tendo como música de fundo o sucesso musical Kilimandjaro, que embalou ingênuos idílios, que viraram apaixonados romances, que redundaram em casamentos, que deram origem a muitas famílias felizes.
Por esses e outros motivos, Fufuca de Castro sempre foi sucesso. Por circunstâncias alheias à sua vontade e à vontade do seu imenso público, Eustáquio de Castro saiu e ficou fora do rádio por anos. Mas uma grande paixão não acaba assim e o rádio nunca saiu dele. Agora, um Fufuca de cabelos embranquecidos pela ação do tempo, 62 anos de idade e pais de meia dúzia de filhos, e o rádio, sua paixão da vida inteira, estão novamente juntos. O profissional que pinta paredes durante o dia, é o mago que dá cor e vida ao rádio durante a noite. Quantos e quantos romances serão revigorados? Quantos e quantos amores, ainda que empalidecidos pela ação quase que inexorável do tempo soerguer-se-ão, vistosos, ao som do mágico comunicador noturno?
TEMPO, SOERGUER-SE-ÃO, VISTOSOS, AO SOM DO MÁGICO COMUNICADOR NOTURNO?
Muitas outras coisas, todas elas positivas, poderiam ser ditas a respeito do reencontro entre uma paixão (o rádio) e um dos seus mais extraordinários talentos (o comunicar que não envelhece e que ninguém esquece). Mas, quer saber uma coisa? Eu vou é prá casa agora. Logo mais, estará no rádio, alegre e feliz como um menino com seu brinquedo preferido, o Fufuca de Castro de ontem, de hoje e de sempre. Ouça, com respeito e sensibilidade, seu Kilimandjaro. Pode ser que, de repente, como diz Belchior, aquele sumido, você entenda que apesar de tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais: ouvindo e curtindo um certo correspondente noturno…
