A felicidade nos bastidores da reunião em Copenhague

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Enquanto você está aí, comendo seu churrasquinho de acém, tomando sua cerveja barata, depois de mais um dia de labuta, ou respirando o ar poluído gerado pelas indústrias, a cúpula internacional do clima está reunida em Copenhague, na Dinamarca.

A canalhice não se resume ao sujeito que aparece na TV, enfileirado, acenando os braços para as câmeras e jurando que vai resolver os problemas ambientais do planeta. Não. O verdadeiro balaco-baco acontece com a turminha que faz a retaguarda dos Chefes de Estado.

Cada um desses “estadistas” leva atrás de si uma legião de puxa-sacos, bajuladores, carregadores de malas, lustradores de sapatos, lavadores de cuecas etc. São funcionários da diplomacia, parentes, amigos, lobbistas, esposas, amantes, voluntários, médicos, psicólogos, jornalistas particulares, massagistas e seguranças.

A corja lota os hotéis cinco estrelas, os restaurantes e os cafés mais caros. Fingem que estão sempre apressados, que são importantes e que vão mudar as estruturas desta sociedade injusta. E enquanto uns correm de um lado para o outro, com seus crachás, celulares e laptops, – dando sustentabilidade ao teatro da seriedade – as madames deste ou daquele executivo hedonista que conseguiu uma vaguinha na comitiva, chamam um táxi e vão fazer compras nas boutiques dinamarquesas. Além dos perfumes caros, aproveitam também para comprar gravatas e paletós para seus maridos.

Nos bastidores da reunião sobre os rumos globais do meio ambiente, a felicidade é geral e os elogios são mútuos. “Um champanhe francês para comemorar a fala de nosso chefe”! Radiantes e cúmplices na mentira, vão amenizando assim, a culpa pela negligência histórica.

Então chega a noite. Um punhado de euros e dólares no interior do paletó, cartões corporativos e um táxi rumo aos bordéis de requinte. Ao amanhecer, todos estão visivelmente felizes e encontram-se no café antes de reiniciarem o teatro para a imprensa, lá no auditório.

Pois é! E você que está aí, palitando os dentes, depois de devorar seu churrasquinho de acém, o jeito é abrir mais uma latinha de cerveja barata e continuar tossindo seco por causa da poluição. No cortiço, dá pra acompanhar tudo pela TV. E não adianta xingar. Estas são as manobras clássicas e legítimas dos homens que você próprio colocou no poder e escolheu para lhe representar.
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