O que melhor representa os reais valores da sociedade: o material ou a justiça? É uma pergunta que nos fazemos o tempo inteiro, diante de fatos que acontecem diante dos nossos olhos, contra os quais não podemos fazer quase nada. Os fins materiais e monetários parecem estar acima de todas as coisas, e quase ao nível de Deus. Pessoas matam e morrem por isso, não medem esforços, condições ou consequências. Simplesmente agem como se não houvesse um amanhã, e talvez não o haja mesmo, como um dia disse o grande poeta morto Renato Russo. Infelizmente os nossos grandes poetas estão mortos! Vivos estamos nós para presenciarmos um mundo onde tudo gira em torno de algo que parece estar quase que ao nível de Deus, e para alguns, trata-se do próprio Deus: o dinheiro.
Por dinheiro desmatam, poluem, matam, extinguem, crucificam! Por dinheiro põem à toda prova o futuro da humanidade inteira, muitas vezes esquecendo-se de que todos somos parte da humanidade, inclusive os que seguem por este caminho tão egoísta. O ouro é dinheiro, e o dinheiro é o Deus de muitos. As leis tornam-se estranhamente abstratas e convenientes, de modo que até mesmo as que tentam enveredar por um ângulo mais moral e humano, tornam-se de interpretação dúbia, “genérica”, e assim, vão-se todos os valores éticos, morais, ecológicos e mesmo racionais.
Por este Deus, tudo vale, e nós, meros mortais e vítimas deste maldito “sistema” que assola o planeta, continuamos assistindo a fúria deste Deus de braços cruzados, pois ele também tem a força de algemar-nos de modo irreversível, assim como são irreversíveis suas atitudes no hoje, criando consequências desastrosas no amanhã.