É computador pra cá, computador pra lá! Telecentro, laboratório, ong’s e todo tipo de projeto que depois vira lan house. Vemos uma quase lei que diz que aqueles que não têm acesso às tecnologias tem que ser incluídos nessa nova realidade digital.
Uma coisa é certa! Não importa qual combinação seja feita, qualquer ação que não tenha a base na educação continuada, ela está destinada ao insucesso. Atualmente, 30% dos brasileiros têm computador em suas residências e pouco mais de 26% estão conectados à Internet.
Esse número está aumentando a cada. Isso é bom? Isso é ótimo!!! Mas ao mesmo tempo é grande problema, pois assim como aumentam o usuários, aumentam os crimes virtuais, os golpes via internet, o desgaste social, os problemas de depressão, a falta de sociabilidade e a falta de educação. Sim, quanto mais a febre da inclusão digital aumenta, mais aumentam os problemas dos professores com o português dos alunos, com o interesse pela matéria, entre outros. É claro que existem exceções, não estamos tratando disso aqui.
Ações de inclusão digital devem estimular parcerias entre governo e empresas privadas, mas antes disso devem atuar na melhoria de renda, suporte à educação bem como tornar disponíveis equipamentos à população.
É também necessário que a inclusão digital esteja integrada a novos projetos pedagógicos, na grade curricular do ensino fundamental e médio por exemplo. É pré-requisito considerar também na formação de profissionais dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e os similares. “Tô falando besteira?” Então pede um pedagogo pra instalar um programa multimídia em seu computador e te dar uma aula de geografia ou então pede pra ela navegar pelo Google Hearth e te mostrar as maravilhas do mundo!
Temos condições de superar atrasos. Mas, pra não correr risco de errar a inclusão digital tem um tripé que compreende acesso a educação, renda e valores e Tecnologia (que é o que está sendo feito). A ausência de qualquer um desses pilares significa deixar quase 90% da população brasileira permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital.
Ah!!! O que me motivou a escrever esse artigo hoje? Recebi um e-mail ontem de um professor da Rede pública e particular me pedindo uma ajuda pra um problema, e dizia o seguinte:
“Olá Glauber, ouço sempre seu programa no FM Repórter, mas como não entendo muito de informática, recebi um alerta do google e eu preciso fazer o recadastro da minha conta no orkut, não posso perder a minha conta. Por favor, me ajude!” pleeeesi.
Além da pergunta vazia que é um vírus que espalharam com o boato e muita gente ainda cai anos depois, me reforça a certeza que não se qualifica o usuário, apenas possibilita-se o acesso ao computador e à Internet. Traduzindo: Dá o carro, mas não se exige habilitação. Isso é Inclusão digital irresponsável. É essa inclusão que sendo feita apenas em números, não em qualidade.
Ah!! Tem mais um detalhezinho: Olha só como nossa telespectadora escreveu a palavra : "e-mail" E o que será essa última palavra que ela escreveu hein???
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