O quadro político local aponta a possibilidade de Paracatu ter, como atores mais prováveis, dois candidatos a deputado estadual no ano que vem: Emiliano botelho, do PMDB, o preferido do prefeito Vasco Praça Filho; e Almir Paraca, do PT, que está decidido a pleitear a sua reeleição. Mas outros nomes poderão surgir ou ressurgir, em razão da dinâmica do processo.
Que os pré-candidatos mais badalados até agora têm condição de representar bem Paracatu e a região no parlamento mineiro, não resta a menor dúvida. O problema é que o município deverá chegar a 2010 com um colégio eleitoral aproximado de apenas 60 mil votos. Desses, pouco mais de 40 mil sufrágios (se tanto!) deverão ser votos válidos para deputado.
Considerando a pulverização que sempre se verifica, com o surgimento de outros candidatos da região e de “paraquedistas” de todos os lados, os votos restantes, matematicamente, serão insuficientes para a eleição de ambos. Ruim para eles e pior para Paracatu, que corre o risco de voltar a perder a sua representação na Assembléia Legislativa.
Essa situação faz lembrar a antiga anedota do português que veio ao Brasil e ficou encantado com o cântico dos grilos. Resolveu ele levar um casal da espécie, como se pássaros raros fossem, para apresentar aos parentes. Botou os insetos em uma caixa, lacrou e embarcou de volta em um navio. Um dos tripulantes do navio resolveu pregar uma peça: abriu a caixinha, soltou os grilos e lacrou novamente.
Ao chegar ao destino, o português fez um discurso sobre a beleza do canto daqueles viventes e abriu a caixinha. Nada encontrando dentro, nem percebendo que a caixa tinha sido violada, pensou, pensou, pensou e concluiu sobre o que poderia ter acontecido: “já sei: um comeu um e o outro comeu o outro!”
Tomara que, quando forem abertas as urnas das eleições de 2010 não aconteça de todos perderem, de nada de bom para Paracatu haver lá dentro, simplesmente porque, como na anedota do português, um comeu os votos de um e o outro comeu os votos do outro. Quem tem ouvidos que ouça…