“Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem?”
Renato Russo morreu há mais de uma década, mas quando escreveu tão verdadeiras palavras, ele já sabia o caminho que a juventude estava trilhando. Infelizmente, a nossa “geração coca-cola” é pouco politizada e não se interessa muito com causas sociais e pelos seus direitos e deveres como cidadãos. É triste ver aqueles em que confiamos o futuro do nosso país, entregando-se ao comodismo, portando-se como meros robôs de uma sociedade altamente alienada e movida com base nas idéias difundidas pela mídia, a qual forma cada vez mais uma adolescência clichê, que se veste, fala e se comporta de acordo com a programação da MTV.
Costumam sentir pena das crianças expostas ao trabalho infantil, mas odeiam ler e falar sobre política. Reclamam do preço da passagem de ônibus, mas não se colocam como voz ativa para reinvindicar seus direitos. São estudantes somente na hora de pagar meia na festinha de final de semana, mas no sentido real da palavra, são apenas figurantes das inúmeras salas de aula. Festas que não acabam mais, consumismo exagerado, satisfações ilusórias. Gírias criadas para alimentar a ilusão de que senso crítico é papo furado de intelectual ou do nerd de óculos fundo de garrafa que senta na primeira carteira.
A juventude não precisa mais de fotos em preto e branco dos movimentos estudantis que ocorreram em uma época que ela não sabe quando e muito menos onde. Basta um pouco de ética, de respeito, coragem e racionalidade para lutar pelas causas que clamam com urgência por uma solução. Em se tratando de conquistas, a luta é imprescindível, fator crucial para um futuro de mudanças. Por isso, façamos jus aos impostos que pagamos a todo momento, lutemos por nós e assim estaremos lutando por um país mais justo e por uma sociedade mais consciente de seus direitos e deveres.
"É a esta força que mantém sempre a opinião justa e legítima sobre o que é necessário temer e não temer, que chamo e defino coragem." (Platão)