O problema é antigo, e aparentemente, sem solução. Não se precisa andar muito para identificar centenas de decibéis adentrando nos ouvidos, seja vindos de sons comerciais ou de sons automotivos. Nos dias úteis, é praticamente impossível se falar ao telefone ou conversar nas ruas do centro da cidade. Precisamente, na rua Joaquim Murtinho, onde várias lojas dos mais diversos ramos fazem questão de colocar caixas de som nas calçadas, muitas vezes tocando músicas que nenhuma relação têm com ofertas ou propagandas das lojas.
O direito á propaganda é legítimo e óbvio, mas várias caixas de som num pequeno espaço de calçada – visto que as lojas se avizinham – em nada parecem contribuir para o aumento das vendas das lojas. E um detalhe agravante: a Joaquim Murtinho é próxima ao hospital municipal. Sabe-se que em áreas hospitalares é proibido até usar buzinas de carros, avalie-se todas aquelas caixas amplificadas vomitando músicas e propagandas.
Nos fins de semana as lojas são fechadas. Tudo resolvido? Absolutamente! Nem nos fins de semana, os decibéis recuam, aliás, provavelmente aumentam. Quando o comércio fecha as portas, os carros abrem… e aí, nada impede os jovens (às vezes não) de exibirem seus carros-trios-elétricos pelas ruas da cidade, não se importando com áreas hospitalares, com horários, ou com qualquer outra coisa que não seja a pseudo-felicidade que os toma ao provar que o som que eles carregam em seus carros são mais os mais fortes do mundo.
Difícil imaginar uma forma de conter tudo isso. Não que as pessoas não possam utilizar os sons dos seus carros, ou o comércio ligar suas propagandas para chamar clientes. Mas é preciso um pouco de bom senso para entender que o direito de um termina onde começa o do outro, e que vivemos numa sociedade de várias opiniões, onde todas elas devem ser respeitadas.
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