“A literatura na encruzilhada – O valor do livro e do escritor na vida de um país”. Esse é o tema que vai nortear o Prêmio de Redação e de Desenho promovido pela 3ª edição do Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu). A premiação é voltada para alunos do Ensino Infantil, Fundamental e Médio, de escolas da rede pública e privada da cidade mineira. A cerimônia de entrega do prêmio ocorre durante o festival, que vai acontecer de 27 a 31 de agosto, no Centro Histórico de Paracatu.
Com prêmios em dinheiro, além de troféus, as redações devem ser escritas em sala de aula. A própria escola faz a seleção interna e é a responsável por enviar os desenhos e redações para concorrer ao prêmio. Podem participar do concurso alunos de 4 a 18 anos, de escolas públicas e privadas de Paracatu. Ao todo, são seis categorias (três para “desenho” e três para “redação”), sendo que cada uma conta com 1.º, 2.º e 3.º lugares, que serão premiados, respectivamente, com R$ 1.000; R$ 500 e R$ 300. Os professores dos alunos premiados serão agraciados com um livro escrito pelo autor (a) homenageado (a) do Fliparacatu.
O Prêmio de Redação e Desenho do 3º Fliparacatu conta com uma categoria voltada para estudantes PCDs (Pessoas Com Deficiência), entre 9 e 18 anos de idade, não alfabetizados. Ou seja, estes alunos, que não dominam a linguagem escrita, podem participar com um Desenho, seguindo a temática proposta pelo festival. Os estudantes PCD entre 4 e 8 anos participam da Categoria 1 (Desenho) – de 4 a 5 anos – e da Categoria 2 (Desenho) – de 6 a 8 anos. A criação de uma categoria voltada apenas para crianças e adolescentes PCDs visa estimular as potencialidades de toda a rede educacional paracatuense, com equidade.
As redações e desenhos selecionados pelas escolas deverão ser digitalizados e entregues à Comissão Julgadora pelo endereço eletrônico [email protected]. O prazo para entrega iniciou à 0h (zero hora) do dia 25 de maio de 2025 e termina no dia 18 de agosto de 2025, às 23h59.
Sobre o tema do Prêmio de Redação: “A literatura na encruzilhada – O valor do livro e do escritor na vida de um país”
Ao longo dos tempos, os livros foram companheiros silenciosos de quem sonha, luta, pensa e sente. Ler e escrever não são apenas tarefas escolares: são formas de se conectar com o mundo e com a gente mesmo. É como se cada página abrisse uma janela para outras realidades, outros tempos, outras pessoas — e para dentro de nós.
Hoje, estamos numa encruzilhada. E o que é uma encruzilhada? É um lugar onde os caminhos se cruzam, onde escolhas são feitas. É também um espaço simbólico, sagrado e misterioso. Por ela passam decisões importantes, encontros mágicos, caminhos que levam a futuros diferentes.
A literatura também está nesse ponto de decisão. Diante de tantas distrações, das telas e redes sociais, será que os livros ainda conseguem tocar as pessoas? O escritor ainda tem o poder de emocionar, transformar e fazer pensar? Será que o país ainda escuta as vozes que vêm das páginas?
Ao participar do concurso de redação do Fliparacatu, o aluno é convidado a pensar sobre isso. A refletir sobre o papel dos livros e dos escritores na história de um povo. Propõe imaginar o que acontece quando uma nação lê — e quando deixa de ler. A reconhecer, com suas palavras, o valor de quem escreve e de quem lê.
Como nas histórias antigas, em que deuses, feiticeiras e profetas apareciam nas encruzilhadas, você também está sendo chamado a fazer uma escolha: usar sua voz para dizer o que pensa, sente e deseja para o futuro da literatura. Escreva. Escolha o seu caminho. E faça da sua redação um ponto de encontro entre você e o mundo.
Confira o que o escritor e historiador Luiz Antonio Simas diz sobre o termo “Encruzilhada” no “Almanaque Brasilidades”
ENCRUZILHADA – Lugar onde caminhos, estradas e ruas se cruzam, as encruzilhadas têm dimensões sobrenaturais para diversas culturas. Em encruzilhadas, os gregos e romanos faziam oferendas a Hécate, a senhora da lua, das noites e da magia. No Antigo Testamento, o profeta Ezequiel viu o rei da Babilônia consultando a sorte numa encruzilhada. Gil Vicente conta no Auto das Fadas a história da feiticeira Genebra Pereira, que vivia pelas encruzilhadas evocando o poder feminino. No campo da música, contam que Robert Johnson vendeu a alma ao diabo em uma encruzilhada do Mississipi. Em troca, recebeu de presente o delta blues. No Brasil, era costume indígena no Alto Araguaia deixar comidas nos entroncamentos de caminhos. O padre José de Anchieta menciona os “deixados” indígenas ofertados ao Curupira nas encruzilhadas. Na tragédia grega, é num cruzamento de caminhos que Édipo mata o próprio pai, Laio, sem saber que estava vivendo o destino anunciado pelo oráculo. Os deuses mensageiros africanos Aluvaiá, dos congos, Exu, dos iorubás, e Legbá, dos fons, moram nos entroncamentos de caminhos e nos mercados. Em quimbundo, um dos idiomas do imenso complexo bantu, encruzilhada é “pambu-a-njila”; provável origem da denominação pombagira entre nós. O inquice Zazi, senhor dos raios, imolou um carneiro em uma encruzilhada do Congo para fazer, esticando a pele do bicho num tronco oco, Ingoma, o primeiro tambor do mundo. Os legbasi do antigo Daomé penduravam cabaças e esculturas fálicas, símbolos do feminino e do masculino, nas encruzilhadas. Exemplos não faltam. Nas culturas encantadas brasileiras, as oferendas em encruzilhadas, especialmente ligadas aos exus e pombagiras, continuam marcando as evocações ao poder das ruas. (Luiz Antonio Simas. Almanaque Brasilidades, p. 209-10)
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O 3º Fliparacatu é patrocinado pela Kinross, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, e tem o apoio da Prefeitura de Paracatu e Academia de Letras do Noroeste de Minas.
Serviço:
3º Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu)
De 27 a 31 de agosto de 2025, de quarta-feira a domingo
Local: Programação presencial no Centro Histórico de Paracatu e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliparacatu
Entrada gratuita
Fonte: Fliparacatu