Pessoas relatam tremores em Minas Gerais após terremoto no Chile

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Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, pessoas relataram terem sentido tremores de terra depois do terremoto de magnitude 7,3 que atingiu o norte do Chile. Os moradores de um prédio saíram do edifício de forma organizada e se abrigaram com segurança na rua. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil foram acionados, mas após vistoria na edificação, não foi constatado nenhum dano estrutural, o que possibilitou que os todos voltassem aos apartamentos após orientação.

O Corpo de Bombeiros da cidade, que confirmou os chamados e disse que atendeu ocorrências de vários bairros.

Nas redes sociais, muitos moradores relataram terem sentido o abalo de forma diferente. Como alguns perceberam movimentação leve dentro de casa, de móveis, como camas, sofá e cadeira onde a pessoa estava sentada.

O sismo ocorreu por volta das 22h50, a 126 km de profundidade e a 20 km ao sul da cidade de San Pedro de Atacama, que fica a 1.630 km da capital Santiago, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Segundo o setor de geografia da Universidade Federal de Uberlândia, abalos secundários são reflexos das ondas sísmicas geradas pela energia liberada por tremores maiores e que pessoas que moram prédios, especialmente os mais altos, sentem esses eventos com mais precisão, pois tendem a balançar mais com a passagem das ondas sísmicas.

ABALO SÍSMICO
De acordo com o professor Paulo Cezar Mendes, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), abalos sísmicos de grande intensidade no Brasil são um fenômeno raro, pelo fato do território brasileiro estar localizado no centro de uma placa tectônica, neste caso, a Placa Sul Americana. Esses tremores quando ocorrem, em sua quase totalidade, são de baixa intensidade, sendo eles causados pelo contínuo processo de acomodação das placas tectônicas, que apesar de frequentes, geralmente são imperceptíveis pela população. 

No Brasil, tremores de terra passíveis de percepção pelos moradores, resumidamente, tem sua gênese relacionada a acomodação rochosa no subsolo ou a reflexos de abalos sísmicos ocorridos em regiões longínquas, até mesmo em outros países, a exemplo do Chile, Peru, Equador e Colômbia, cujos territórios abrangem parte da Cordilheira dos Andes, localizada na extremidade oeste da Placa Sul Americana.

Segundo a nota técnica do especialista, “na noite de quinta-feira, um terremoto de magnitude 7,3 na Escala Richter atingiu a porção norte do Chile, por volta das 22h50 de acordo com Centro Sismológico Euro-Mediterrânico (EMSC). O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o epicentro foi localizado a 20 km ao sul da cidade de San Pedro de Atacama, na região de Antofagasta, que fica a 1.630 km da capital Santiago. Esse tremor, devido a sua magnitude, foi percebido em uma série de cidades no Chile, Paraguai, Bolívia e Argentina. No Brasil, logo após esse horário (22h50), abalos também foram registrados em cidades do interior do Estado de São Paulo e Minas Gerais, sobretudo no Triângulo Mineiro.”

Esses abalos secundários são conhecidos como “reflexos” gerados pelas pelo avanço das ondas sísmicas desencadeadas pela energia liberada durante acomodação abrupta do substrato rochoso no hipocentro do terremoto. A população que habita em prédios, especialmente os mais altos, percebem com mais precisão esse tipo de evento, pois os mesmos tendem a balançar freneticamente com a passagem das ondas sísmicas.

Neste sentido, o tremor de terra, percebido especialmente por moradores de alguns edifícios em Uberlândia na noite dessa quinta-feira, considerando suas características e coincidência de horário com o tremor ocorrido no Chile, infere-se que o mesmo se trata de um “reflexo” do tremor registrado próximo a cidade de San Pedro de Atacama, não havendo, até o presente momento, nenhum outro indicativo de que o mesmo é oriundo de algum fenômeno geológico local.

O especialista destaca ainda que, apesar de o Brasil estar localizado em uma das áreas mais estáveis em termos geológicos do mundo, tremores de terra de pequena intensidade em pontos localizados ocorrem de tempo em tempo e são perfeitamente esperados. A Rede Sismografica Brasileira (RSBR) registra anualmente dezenas de tremores de terra no Brasil, só em 2020 foram registrados 248 abalos.

Apesar da grande quantidade de registros, a maioria não indicou situação de risco para população e suas moradias. Entretanto, mesmo sobre essas condições, caso perceba situação de risco, a orientação é abandonar a edificação, procurar um abrigo seguro e entrar em contato imediato com o Corpo de Bombeiros (193),  Defesa Civil (199), instituições de prevenção de riscos/danos.

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