Um dos desafios estruturais do comércio exterior de Minas Gerais é aumentar as exportações em todas as regiões do Estado, com atenção especial para os Vales do Mucuri e Jequitinhonha, Leste e Norte de Minas. A afirmação é da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, ao confirmar o crescimento expressivo que essas regiões, consideradas as mais pobres de Minas Gerais, apresentaram em 2010.
“O que estamos percebendo é que todas as regiões estão descobrindo no comércio exterior uma alternativa de crescimento e de desenvolvimento. Só para citar um exemplo, no Norte podemos destacar as exportações de insulina e outros medicamentos, de frutas e carnes”, enfatizou a secretária.
No ano passado, 35 novos municípios mineiros entraram na relação de municípios exportadores brasileiros ou voltaram a exportar, segundo levantamento da Central Exportaminas. Entre eles está Comercinho, no Vale do Jequitinhonha, que está vendendo granito. Merecem serem citados também os municípios de São Lourenço, no Sul de Minas, que está comercializando água mineral com o mercado internacional, enquanto Monte Sião, também no Sul do Estado, está negociando produtos têxteis.
Também estão na lista de novos exportadores mineiros, Mendes Pimentel, São Gonçalo do Rio Abaixo, Rio Piracicaba, Morada Nova de Minas, Nazareno, Campina Verde, Tiros, Bonfinópolis de Minas, Carmópolis de Minas, São Joaquim de Bicas, Sacramento, Conceição do Rio Verde, Caparaó, Espera Feliz, Carandaí, Andrelândia, Alterosa, São Bento Abade, Santa Rita de Caldas, Piranguinho, Luminárias, São Sebastião da Bela Vista, Cascalho Rico, Abaeté e Presidente Olegário.
Juntos os municípios estreantes somaram um valor de US$ 271,16 milhões, o que equivale a 0,93% do total exportado por Minas Gerais, segundo contabilização por domicílio fiscal da empresa exportadora.
Enquanto em 2009, 250 municípios exportavam, em 2010, este número atingiu 258 municípios. Apesar do crescimento e das exportações já atingirem todo o Estado, a região Central continua concentrando o maior número de exportadores, um total de 60 municípios, que representam também o maior percentual, atingindo 84,7% do total das vendas externas de Minas Gerais, refletindo o peso do setor mineral e a diversidade produtiva da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Liderança
Entre os dez maiores exportadores do Estado, Itabira continua liderando a lista com um total de US$ 6 bilhões. Ocupa o quarto lugar no ranking brasileiro, pelas suas vendas para o exterior de minério de ferro e pedras preciosas, com destaque para rubis, safiras e esmeraldas. Os principais países destinos dos produtos de Itabira são China, Alemanha, Japão, Coréia do Sul e Países Baixos (Holanda).
Ouro Preto está em segundo lugar, com exportações de US$ 3,9 bilhões, em seguida vem Varginha, tradicional exportador de café com US$ 1,7 bilhão. Nova Lima aparece em quarto lugar com um volume de US$ 1,65 bilhão, enquanto Araxá, exportador de ferronióbio, aparece em quinto lugar com vendas totalizando US$ 1,5 bilhão. Completam a lista dos maiores exportadores mineiros, Betim, Ouro Branco, Belo Oriente, Paracatu, com mineradoras Gigentes principalmente na extração do Ouro e Juiz de Fora.
(*) Os valores apresentados têm como referência a origem do produto, o que diverge dos dados de exportação por municípios apurados segundo o critério de domicílio fiscal da empresa exportado, seja ela filial ou matriz. Há uma divergência de US$ 1,5 bilhão e US$ 2,0 bilhões entre essas duas formas de contabilização para os valores de 2009 e 2010, respectivamente, que se refere às exportações de produtos de origem mineira por empresa que tem domicílio fiscal fora do Estado.
