As chuvas que castigaram o Sudeste do País, nas últimas semanas, também fizeram estragos em Paracatu. O Rio Paracatu subiu oito metros, trazendo prejuízos aos ribeirinhos. Na região de Porto Buriti, a 48 km da cidade, casas foram cobertas pela água, famílias ficaram ilhadas e outras desabrigadas.
A água invadiu lavouras e árvores caíram em cima de redes de energia elétrica, deixando os moradores sem luz por cinco dias. Na zona urbana, a enxurrada arrancou asfalto e, nas ruas sem pavimentação, a profundidade dos buracos deixou locais intransitáveis. Uma cratera apareceu na ponte que liga o bairro Cidade Nova ao centro.
O mais impressionante é que nos próprios quintais a equipe do jornal teve que fazer o percurso de barco, pois era impossível andar a pé. Em alguns trechos era preciso desligar o motor e remar para não deixar o barco preso nas plantações, galhos de árvores, tocos e até mesmo cercas de arame que foram cobertas pela água.
Na varanda de um dos ranchos, botijão de gás, fogão, freezer e móveis foram totalmente cobertos pela água, que ficou represada dentro de casa em uma altura de mais de um metro. No quarto, os prejuízos também foram grandes, destruindo guarda-roupa, roupas, colchão e camas.
Até uma estrada foi tomada pela água e parecia mais uma lagoa. Para transitar em certos trechos dela também só era possível de barco.
Segundo Raimundo da Silva, morador da região há mais de 10 anos, a última vez que ele viu o Rio Paracatu transbordando desse jeito foi em 2004. A dificuldade é tanta, que até os animais silvestres lutam para sobreviver, muitos tiveram que se alojar em árvores, outros morreram.
Mas, é bom a população ficar atenta, pois a previsão é de mais chuva. A enxurrada e a água represada, em vários locais, podem trazer doenças para a população. Sem contar que, essa é uma época em que os mosquitos transmissores da dengue e leishmaniose se proliferam com facilidade.
PREOCUPAÇÃO TAMBÉM NA CIDADE
O túnel da Coopervap ficou l intransitável por dois dias. No túnel da Casemg, a situação foi pior. A água ficou represada a mais de um metro, deixando carros e um caminhão presos. No Alto do Açude, a água do açude, que fica no Parque Ecológico, transbordou formando uma forte correnteza que derrubou árvores e invadiu residências. Duas famílias foram socorridas pelos vizinhos, que usaram cordas para atravessá-las pela enxurrada que tomou conta dos quintais.
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