O Governo de Minas e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) reuniu na tarde desta quarta-feira (19/04), em Belo Horizonte, as maiores autoridades do setor empresarial do país e de órgãos públicos que conduzem projetos para avançar na agenda da segurança hídrica e do acesso ao saneamento básico. Minas foi escolhida pelo Pacto Global da ONU no Brasil para sediar o primeiro encontro regional no país, já que o primeiro Hub ODS do mundo foi instalado em Minas, por meio da Rede Desafio 2030, coletivo de empresas que uniram esforços para acelerar essa Agenda.
Ao abrir o evento "Desafios e Oportunidades para o Setor Empresarial no ODS 6 em Minas", o CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, Carlo Pereira, destacou o protagonismo de Minas nos avanços da Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente o ODS 6, que trata da água potável e saneamento e visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
“A gente sabe que a cobertura hoje no Brasil, diferente aqui de Minas, é bastante ruim. A gente sabe que metade da população brasileira não tem acesso ao esgoto e 35 milhões dos nossos cidadãos não têm água potável e, quando pensamos em intermitência dessa água, a gente vai pra 50 milhões de pessoas. Então, nosso objetivo é mobilizar toda a sociedade em torno desse tema tão importante e começamos por Minas, porque é um lugar de excelência quando se trata do tema, para que a gente possa então levar para outros estados. Precisamos avançar e sair do século XIX quando se trata de água e esgoto no país", afirmou o CEO da ONU no Brasil.
O governador Romeu Zema participou do evento por meio de um vídeo em que destaca a importância da água para o futuro da humanidade e que tem como uma das bases de sua gestão práticas sustentáveis para garantir qualidade de vida à população. “Por isso incentivamos as empresas e instituições do Estado a desenvolverem práticas mais sustentáveis”, destacou o chefe do Executivo, que lembrou ainda os investimentos recordes da Copasa, cerca de R$ 9,5 bilhões, para levar o saneamento a toda população até 2033.
Já o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passálio, ressaltou a determinação do Governo de Minas Gerais em se manter à frente desse desafio do saneamento dentro do prazo previsto no Novo Marco do Saneamento, mas mostrando a eficiência na busca por esse direito básico. “A gente acredita muito que essa infraestrutura, seja trazida por estatal, seja trazida por iniciativa privada, nosso foco é o saneamento básico para todos os mineiros”, disse.
Passálio ainda citou outras áreas em que Minas é exemplo no desenvolvimento sustentável, como solar. “Temos que lembrar que Romeu Zema foi o primeiro governador o Hemisfério Sul a assinar o Race to Zero, que é o compromisso que o Estado tem hoje firmado em descarbonizar nossa economia nas próximas décadas e atrair mais investimentos”, concluiu.
Anfitrião do evento, que aconteceu no auditório da empresa, o diretor-presidente da Copasa, Guilherme Duarte, citou alguns dados do Estado que colocam Minas com índices de saneamento acima da média nacional. A Companhia atua na distribuição de água tratada em 620 municípios mineiros e com serviço de coleta e tratamento de esgoto em cerca de 300 desses 620 municípios. A Copasa já tem cobertura de água de mais de 99%, ou seja, já atingiu a universalização da cobertura de água e, na coleta e tratamento de esgoto, está em cerca de 75%. “O Novo Marco do Saneamento nos impõe o desafio de chegar em 2033 com uma cobertura e tratamento de esgoto em 90%. Então temos aí um desafio de novos investimentos a serem feitos dentro das nossas áreas de concessão”, explicou o presidente.
Ainda segundo Guilherme Duarte, o Pacto Global é uma convergência de esforços surgida a partir da ONU para que as empresas introduzam nas suas práticas diárias, na sua estratégia, o respeito a direitos fundamentais. “Então, a Copasa participar do Pacto é mais que uma oportunidade, é uma obrigação. Participar de uma iniciativa que valoriza todos os ODSs, em especial o ODS 6, que trata do tratamento da água e do esgoto sendo universalizado, é não apenas trazer as nossas práticas com outras empresas, mas também coletar boas iniciativas para que a Companhia continue avançando nas suas práticas de gestão, sociais, ambientais, promovendo então o desenvolvimento econômico, social, ambiental mais adequados onde nós atuamos”, concluiu.
O encontro contou ainda com o corpo diretor da Copasa, com a gerente de Desenvolvimento Sustentável, Luciana Barbosa, que conduziu o evento. O encontro faz parte de uma série de eventos que o Pacto Global da ONU fará em cada Estado que possui o Hub ODS instituído: além de Minas, há em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Amazonas, Ceará e Pernambuco. A jornada será iniciada por Minas Gerais pelo protagonismo da Copasa na participação no Movimento + Água.
Painéis
O evento contou com uma palestra da ONG The Nature Conservancy, uma apresentação do Movimento + Água do Pacto Global da ONU no Brasil – Plataforma de Ação pela Água e Oceano e dois painéis que debateram “Os caminhos do setor empresarial para o acesso à água e saneamento em Minas Gerais” e “Água no contexto da adaptação climática: riscos econômicos e sociais para Minas Gerais”.
Mediado pela superintendente de Planos, Programas e Projetos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Flávia Carneiro, o primeiro painel teve a participação do presidente da Copasa, Guilherme Duarte; do consultor Ambiental na Gerência de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Adriel Pilhares; e o coordenador Estadual das Promotorias de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Leonardo Maia.
Já o segundo painel debateu as mudanças climáticas com a participação do diretor de Operações e Eventos Críticos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Heitor Soares Moreira; o gerente de Sustentabilidade da Localiza, Fernando Vilela; e o gestor Executivo de Sustentabilidade e Relações Institucionais da MRV, José Luiz Fonseca. A discussão foi mediada pela gerente de Recursos Hídricos e coordenadora do Comitê Clima da Copasa, Silvana Mônica Vaz.
Fonte: Governo de Minas
*Permitido compartilhamento e ou cópia desde preservada a fonte (LEI Nº 9.610/98)
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