A cena que vem repercutindo nas mídias serve de alerta para outros fatos que acontecem no nosso dia a dia. Infelizmente, nem todos os casos de racismo vem a tona como de uma pessoa famosa. Mas ainda bem que muitos ganham notoriedade e servem para alguns instantes à parcela de internautas que refletem sobre o assunto e endossam postagens sobre o caso.
Para quem não tomou nota, a atriz Giovana Ewbank e o ator Bruno Gagliasso estavam com os filhos em um restaurante em Portugal e as crianças foram vítimas de racismo. Precisa existir mais Giovanas no mundo, que fazem barraco e coloca tudo para fora no calor do momento. Em inúmeros casos as pessoas de pele preta não percebem serem desrespeitadas por viverem o episódio e diversas vezes até normalizam a situação.
A verdade é que não é muito fácil ter a pele preta. Nem no Brasil e em nenhum lugar do mundo. E só te respeitam se estiver bem trajado ou com um crachá visível de algum lugar “muito importante”. Recentemente, aconteceu um fato comigo, onde fui ao banco e ao tocar o alarme de detector de metal, todos ficaram atentos para saber o que estava acontecendo.
Por incrível que pareça, eram meus cadernos que continham arame. Ufa! Pois preto não tem dinheiro para frequentar banco. Cheguei a comentar com um funcionário o ocorrido e ele logo tratou de colocar panos quentes na situação.
Percebemos que em todas as esferas as pessoas pretas estão sujeitas a passar por algum tipo de constrangimento. Seja em restaurantes em Portugal (com pessoas civilizadas) ou em bancos de Paracatu que prestam serviços de “qualidade”. No entanto, essa não foi a primeira e nem a última situação que acontecerá comigo nem com pessoas de pele preta.
Cláudio Oliveira – Jornalista