Me pediram pra falar sobre os golpes na internet…
A princípio soa meio que “chover no molhado”, se não estivéssemos em tempos de "isolamento social", um agravante! Apesar de tudo que se fala, que se alerta, que se conscientiza, o número de vítimas com esse tipo de crime, só cresce. Acredita?
Se, no mundo real, os números de alguns crimes de rua diminuíram desde o início da quarentena, pelo simples fato de que há menos pessoas saindo de casa — em algumas cidades de Minas com queda de mais de 70% nos assaltos por exemplo —, no universo virtual está acontecendo o contrário. Nos últimos meses, em que a internet se tornou praticamente a única via de contato com o exterior para muitas pessoas, a quantidade de golpes on-line disparou. Os hackers estão ativíssimos. Eles se aproveitam do interesse por temas ligados a pandemia, auxilio emergencial, entre outros assuntos para fazer disso uma isca e assim obter dados das vítimas que lhes permitam, por exemplo, sequestrar cartões de crédito ou contas de aplicativos como o WhatsApp.
O movimento intensifica a chamada engenharia social: Sabe o que é isso? É aquela manipulação psicológica que a gente pensa que só existem em tempos de eleições, mas não… Temos visto muitos casos em que o criminoso entra em contato direto com o seu “cliente” do banco, mesmo que ele não seja (vítima), o faz acreditar que se trata de um contato do banco, e o incita a passar informações confidenciais, a baixar algum aplicativo ou a realizar transações financeiras em seu nome, por exemplo. Enfim, são muitos tipos, muitas modalidades.
Não sei se você se lembra, mas antes mesmo de o governo federal liberar o cadastro para os beneficiários do “auxílio emergencial”, criminosos criaram uma página fake que prometia valores entre 200 e 1200 reais.
Bem, neste caso e em tantos outros, conferir a origem dos links continua sendo a recomendação mais eficaz para se prevenir dos golpes. Mas infelizmente, diante da enorme diversidade de ataques, estuda-se a possibilidade de que companhias responsáveis por sistemas operacionais, como Microsoft e Google, assumam, com a autorização do usuário, o comando dos bloqueios de tais links. Seria uma vacina e tanto contra esse outro tipo de surto, porque uma coisa é certa, dentro desse contexto você só é atacado se permitir.
Eu vejo que o principal desafio que vemos na convergência acelerada para o mundo digital é a falta do conhecimento, ou a preguiça em busca-lo. As pessoas não estão preparadas, muitas ainda estão naquela faixa da exclusão digital, e tem que lidar com a tecnologia até mesmo por questão de sobrevivência.
Não está fácil, mas podia ser pior… Imagina se neste tempo de pandemia, de isolamento social, não tivéssemos facebook, whats app se ainda estivéssemos no tempo em que que no seu celular, a única diversão era o jogo da cobrinha?
Até a próxima.