A reunião ocorrida na Agência de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu (Adesp), marcou o início da formulação do Plano de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu. Lideranças locais, representantes de empresas e organizações convidados pelo mandato do deputado Almir Paraca (PT-MG), compareceram no prédio da Associação Comercial e Industrial de Paracatu (Acipa), sede da agência, para analisar a metodologia do desenvolvimento sustentável.
O consultor associado do Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), Paulo César Arns, fez uma explanação sobre desenvolvimento territorial e local, salientou o reforço que deve ser dado aos pilares da estratégia de apoio e do capital humano e social. Ele também discutiu os elementos para a gestão social do desenvolvimento territorial, o que possibilitou o início da construção de uma proposta de trabalho.
Segundo o deputado Almir Paraca, o desenvolvimento sustentável exige uma metodologia que está plenamente elaborada, testada, certificada, com poucas variações (dependendo de quem a aplica). Paraca declara que essa metodologia é estritamente participativa, demandando o envolvimento e a organização de todos os setores da sociedade e a criação de um fórum permanente para ser um espaço de diálogo e de construção de “acordos mínimos”, capaz de elencar as prioridades e concentrar energia nos focos definidos.
Um debate foi feito entre os presentes, que tiveram uma participação ativa. “Todos ficaram entusiasmados com a proposta e com o grau de domínio apresentado por Paulo César”, afirmou Paraca.
Arns comprometeu-se em apresentar, em linhas gerais, um plano de ação para orientar essa organização inicial. O documento deve ser entregue na segunda quinzena de maio. O deputado explicou que o IADH está disponível para realizar uma ou outra tarefa, mas é a Adesp que definirá as ações do plano e buscará as parcerias. A Agência responsabilizou-se por mobilizar um número maior de lideranças e envolvê-las na discussão, fazendo um alinhamento dos conceitos e métodos, “porque o conceito de desenvolvimento sustentável precisa ser difundido”, esclareceu Almir Paraca.
O parlamentar destacou que o Sebrae-MG, representado na reunião por Rosely Vaz, é um parceiro com condições de desenvolver várias ações, como por exemplo atualizar o diagnóstico do município realizado em 2002. “Sugiro que o processo de execução do plano seja profissionalizado, pois os colaboradores da Agência, os representantes das empresas e das organizações são voluntários e não poderão dedicar-se integralmente. Por isso é importante que a Adesp tenha um corpo de agentes de desenvolvimento profissionalizado e que o IADH coordene a formação, a capacitação e a aplicação da metodologia em Paracatu”, explicou Almir Paraca.
Os presentes concordaram que o caminho a ser trilhado é o que foi discutido na reunião, contudo, preocuparam-se com os custos para a implantação do plano. É nesse ponto que entra a discussão com a Rio Paracatu Mineração (RPM/Kinross) e com a Votorantim Metais. “Defendemos que as mineradoras entrem nesse processo com o peso que elas têm na economia local e que estabeleçam um compromisso profundo, não só de sensibilização e mobilização, mas também com o financiamento das ações previstas nesse plano”, frisou o deputado.
Agentes de desenvolvimento: De acordo com o deputado Almir Paraca, é preciso que o plano conte com a formação de agentes de desenvolvimento capazes de criar instrumentos de atuação que possibilitem a formulação de projetos executivos para o Plano de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu. “Para isso, os agentes devem deter técnicas de animação dos processos participativos, interagindo com as comunidades e oferecendo orientação técnica e gerencial, alimentando, dessa forma, o diagnóstico e o planejamento a serem feitos”, argumentou o deputado.
Além das pessoas citadas na matéria, estiveram presentes na reunião: André R. Sbardellini Cardoso (Votorantim Metais), Carlos Alberto Kraemer (Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu), Edina Sueli das Dores (SESC-MG), Eloisa Cunha (Secretaria Municipal de Ind. Com. Turismo), Geraldo Jânio Eugênio de Oliveira (Adesp), Jairo Leal (RPM), José Eduardo Trevisan Moraes (Seta Consultoria), José Maria de Almeida (Posto Cruzeiro), Jueli Cardoso (Ambiente Eng. Ltda), Marcelo Pereira da Silva (RPM), Marcelo Pires Coelho (RPM), Márcio Bartels (Seta Consultoria), Michele da Silva Barros (Adesp), Patricia Rodrigues Barbosa (Adesp), Raquel Soares Paolinelli Botinha (Votorantim Metais), Solange Biulchi (SENAI/SESI), Tarzan Leão (Prefeitura Municipal de Paracatu) e o vereador Rosival Araújo Ferreira.
Plenário: O deputado Almir Paraca foi à tribuna da Assembleia de Minas, no dia 23/04 para divulgar o encontro e no dia 30/04 para prestar contas dos resultados obtidos até então. O parlamentar lembrou que após o processo de expansão da RPM/Kinross, Paracatu será o maior município produtor de ouro do Brasil. Ele advertiu, também, sobre o futuro da cidade após o encerramento da mina da RPM, que será em 30 anos e da Votorantim Metais, prevista para finalizar suas atividades daqui há oito anos.
“É preciso desencadear o processo do desenvolvimento sustentável de Paracatu e formulá-lo com a participação e o apoio de todos. Faz-se necessário agregar, estimular, habilitar e capacitar o município para abertura de novas atividades, frentes de trabalho e serviço. Portanto é um processo democrático e absolutamente legítimo”.
Ele disse ainda que a responsabilidade socioambiental, principalmente no que tange as mineradoras, deve ser traduzida não só em compensações ambientais, mas em compensações sociais para a comunidade. Em sua opinião as mineradoras devem aplicar parcelas de seus volumosos recursos no desenvolvimento, na cultura, na educação, na saúde e na diversificação da produção, a fim de garantir uma futura qualidade de vida à altura do que o povo de Paracatu merece.
Foto: Paulo Anacleto Torres
