Fadwa Andrade, gerente de comunicação da Kinross no Brasil, destacou que "esta iniciativa é uma prova que estamos abertos a questionamentos. Se estamos dando essa oportunidade, é porque estamos dispostos a dialogar"
Abordando o tema da questão das águas, a engenheira Ana Lúcia enfatizou o rígido controle de qualidade e respeito às leis ambientais, que além de serem prioridade da empresa, são sempre realizadas inspeções de verificação por órgãos governamentais independentes, tais como a SUPRAM e a FEAM. Indagada sobre a vazão das águas dos cursos aonde são feitas captação (Córrego São Domingos, Ribeirões Santa Rita e São Pedro), a engenheira respondeu que a Kinross atende as exigências da Q7,10, uma norma que estabelece um limite máximo de retirada de 30% da água que passa pelo rio, o que o deixa sempre fora de riscos. Neste mesmo tópico, Ana Lúcia abordou a concentração de arsênio nas águas, fato que preocupa muitos paracatuenses. Segundo a engenheira, a empresa obedece os limites legais, que até 2008 era de 0,05mg/L de arsênio, mas após passar por uma revisão, foi adotado o limite de 0,01mg/L, sendo os índices atuais muito abaixo destes. Ana Lúcia finalizou dizendo ainda que "nos tempos do garimpo, antes da chegada da RPM, não havia fiscalização e a emissão de arsênio era muito maior, chegando a 20mg/l na década de 80".
Como tópico final, foram apresentados os diversos projetos socioambientais e iniciativas da Kinross para diminuir os impactos da atividade de mineração, como a utilização de um polímero, o RT9, que é aplicado sobre a superfície do solo, servindo como "capa" e que reduz a poeira que tanto incomodava os habitantes dos bairros mais próximos. Vários projetos foram usados para mostrar o compromisso da mineradora com o meio ambiente, dos quais se destacaram os seguintes:
– Revitalização do Córrego Rico, que está sendo realizada com intensa participação da comunidade.
– Plantação de cerca de 120 mil mudas nas áreas industriais, urbanas e rurais.
– Preservação de uma área de 8293 hectares, que correspondem a 81,6% da área total da Kinross
– Projeto Nascente Paracatu, que está contribuindo para a preservação das nascentes da Bacia do Paracatu com medidas simples, como reflorestamento de matas ciliares.
A coletiva também contou com a participação do engenheiro Germano Lopes, gerente de Construções e Barragens da Kinross Paracatu, que explicou sobre a segurança das barragens e negou qualquer especulação sobre falhas das barragens e possível riscos de rompimento. Germano adicionou que grande parte da equipe que administra a barragem atualmente é a mesma que participou de seu planejamento e construção, o que faz desta uma das equipes mais experientes e capacitadas do mundo.
Em um dos momentos mais polêmicos, o Gerente Geral da Kinross Paracatu e engenheiro Gilberto Azevedo foi indagado por jornalistas sobre um possível 'pagamento' supostamente solicitado pelo médico e cientista Dr. Sérgio Dani. Gilberto disse que desconhecia do assunto e respondeu que "Eu não posso de forma alguma falar de alguma coisa que eu desconheço, que eu não tenha informações e que eu não tenha sequer vivido". Perguntado então sobre o que ele tinha certeza, o gerente disse "O que nós temos certeza? Nós temos certeza do nosso trabalho, nós temos certeza dos nossos projetos e compromissos com a sociedade".
O último assunto levantado foi sobre boatos de que haveria em Paracatu outra jazida de ouro, pergunta que foi respondida por Gilberto Azevedo, o qual informou que a única informação que possuem é de que estão sendo realizados estudos por parte de outra empresa.
