Machismo: O gênero em posição de superioridade

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O machismo como conhecemos é resultante de uma sociedade patriarcal em que o gênero masculino é colocado em posição superior ao feminino. Desde o princípio da história de nossa sociedade a mulher é colocada como em situação de subordinação ao homem, obediência e submissão. Essa relação de poder entre homem e mulher, onde o masculino representa a figura de poder é repassada de geração em geração formando uma cultura de dominação sobre as mulheres, elevando-os a se reconhecer como proprietários e de direitos sobre o corpo, suas atitudes, sexualidade, e vida da mulher.
 
Segundo Drumont (1980, p. 81), “o machismo é definido como um sistema de representações simbólicas, que mistifica as relações de exploração, de dominação, de sujeição entre o homem e a mulher”. Essa dominação e controle sobre a mulher leva ao homem quando contrariado achar-se no direito de fazer uso da violência para obter o que lhe é de vontade.
 
O machismo é repassado em nossa cultura a partir de pensamentos e atitudes que a princípio são aparentemente inofensivas, mas que na verdade estão enraizadas desse sentimento opressor sobre as mulheres. É comum nos depararmos com cenas em que o gênero masculino ainda criança é aberto a liberdade e autonomia para expressar suas vontades e espontaneidade, enquanto o gênero feminino no mesmo contexto é reprimido quanto a sua espontaneidade em frases como, “menina, feche as pernas”, “isso não é coisa de mocinha”, “rapaz nenhum vai te respeitar assim”.
 
A última frase citada anteriormente é uma das que exemplificam uma das raízes de dominação do homem sobre a mulher, e repercussão do machismo, transmitindo a ideia de que o respeito deve partir da mulher para ser merecido, o que consequentemente transmite aos homens o pensamento errôneo de que o respeito à mulher é determinado por eles quando achar que for merecido, o que muitas vezes é expresso em frases do nosso cotidiano como “elas não se dão ao respeito”, deixando cada vez mais distante a concepção de que, todas as mulheres são dignas de respeito como ser humano igual e livre, independentemente de suas posturas, vestimenta ou opinião.
 
É essa concepção que o machismo distorce, dificultando a compreensão de que nada entrega o direito aos homens de oprimir e submeter as mulheres pura e simplesmente ao fato de pertencerem ao gênero masculino e se colocarem em posição de superioridade. O sentimento de domínio sobre o gênero feminino é o causador da incompreensão do “não” feminino ao homem, o que deságua em números esdrúxulos de casos de violência física, psicológica e abuso sexual em diversas formas de estupro que são vivenciados por milhares de mulheres todos os anos, e continuaram acontecendo enquanto for conservada a cultura machista que enfatiza a relação de poder desigual entre os gêneros.
 
“Eu posso por que sou homem”, essa é a típica frase que carrega a essência do machismo, o poder relacionado ao gênero, a autoridade justificada pelo gênero, fazendo com que a mulher seja inferiorizada pelo gênero. É comum em nossa cultura, relacionar o gênero feminino à incapacidade, como em expressões populares, “não seja mulherzinha”, expressões essas que são normalizadas justamente pela aparência inofensiva, mas que carregam por gerações a diferença injusta entre os gêneros e alimenta o machismo que consequentemente é refletido em diferentes formas de violência e injustiças relacionadas ao feminino.
 
Por muitos anos a mulher foi obrigada a obedecer, a se calar e simplesmente aceitar o que lhe era imposto. Essa dominação pode parecer diferente na contemporaneidade, mas não está distante da realidade em que vivemos. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de políticas de conscientização às consequências do machismo, e incentivo ao empoderamento feminino.

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