A cidade é prendada por sua rica arquitetura colonial, sua localização privilegiada entre Brasília e Belo Horizonte (BR-040), os equipamentos públicos voltados para a preservação e difusão da memória regional, seus festivais culturais, as comunidades quilombolas existentes, além do rico artesanato e da culinária excepcional – esta última rendeu a Paracatu o título de capital mundial do pão de queijo, inclusive com data festiva anual (05 de julho – Dia municipal do pão de queijo)!
O conjunto histórico da cidade traduz-se como um museu a céu aberto, passível, como de fato o é, de estudo quanto a sua pluralidade arquitetônica e histórica. Destacam-se, além da imponência das igrejas e do casario, a rusticidade dos becos ainda calçados à pedra, que proporcionam aos turistas um roteiro magnífico por espaços deslumbrantes como a Casa de Cultura, o Museu Histórico, as Igrejas Matriz de Santo Antônio e do Rozário, além do Arquivo Público Municipal, com farta documentação que remonta ao século XVIII.
No circuito turístico rural, os atrativos compõem-se especialmente por belíssimas cachoeiras de águas cristalinas e algumas pousadas, com necessidade, entretanto, de investimentos em infraestrutura capaz de garantir o tráfego mais seguro de veículos de passeio pelas estradas de acesso, disputadas frequentemente por caminhões e tratores. Ademais, a inexistência de um plano de manejo (dispositivo legal sobre a quantidade de pessoas que podem freqüentar de forma sustentável determinado atrativo natural) impede a visitação e o lazer por parte de grupos numerosos de pessoas nas cachoeiras e córregos.
A rede hoteleira do município, por sua vez, é ampla e diversificada, com número de leitos satisfatório, há grandes supermercados à disposição da clientela, linha aérea regular entre Paracatu e a capital mineira, diversos itinerários de ônibus para várias partes do Brasil, contudo, peca-se por não se encontrar com facilidade um mapa turístico ou guia detalhado com a localização exata de todos os atrativos. Poderiam ser elaborados e disponibilizados roteiros impressos e digitais, para melhorar a mobilidade dos visitantes.
Aos sábados pela manhã, o passeio é obrigatório pela feira livre localizada bem no centro da cidade, onde se pode saborear de tudo, inclusive caldo de mocotó, caldo de cana e pastel frito na hora, além da variedade de frutas e verduras e muitas iguarias que só lá se vendem. Bom seria que as autoridades trouxessem de volta o Mercado Municipal, para fomentar essa atividade comercial que se constitui um pilar do turismo em Paracatu.
O panorama atual do turismo na Atenas Mineira Paracatu é por assim dizer de aspecto embrionário, mas com grandes chances de vingar e produzir para a sociedade local emprego e renda, bem como e especialmente, o sentido de pertencimento individual e coletivo no contexto histórico e existente em cada espaço e manifestação existente na cidade. O município tem nas mãos o trunfo de abrigar tantas e relevantes qualidades naturais e culturais e a grande possibilidade de desenrolar a atividade turística e garantir, desta forma, um futuro muito mais promissor e sustentável para sua população.
(*) Carlos Lima é graduado em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), é Pós-Graduado em Oracle, Java e Gerência de Projeto e é consultor em organização de arquivos e memória empresarial.







