Chuvas em Paracatu não espantam o fantasma da falta d’água

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Paracatu-MG (03/11/2017) – Agraciada no final de outubro e início deste mês com boas chuvas que indiscutivelmente já trazem um grande alívio em virtude da estiagem constatada nos últimos meses, a população ainda questiona se o problema da falta d’água já foi resolvido. A resposta é não! O problema não foi resolvido ainda! Se as nascentes dos rios que abastecem Paracatu agonizam e já não dão conta de jorrar água como dantes, é compreensível que toda a chuvarada que cai por aqui vai apenas amenizar o problema em questão e seguir seu curso normal até chegar ao mar.
O colapso no sistema de abastecimento hídrico de Paracatu, cidade do Noroeste Mineiro com seus 90.000 habitantes, é decorrente da omissão das autoridades e da inércia da Companhia gestora de água e esgoto, a COPASA, que embora alertadas anteriormente por ambientalistas e pela imprensa sobre a situação lastimável dos rios e córregos da região, deixaram de fazer o seu “dever de casa” e deram vazão não ao que deveria jorrar nas torneiras, mas a uma enxurrada de reclamações por parte da população.
Em meio à total humilhação a que estiveram, por dias, sujeitas milhares de famílias literalmente sem água em suas residências e em seus estabelecimentos de trabalho, é possível identificar alguma virtude de cunho reflexivo que muito certamente produziu um grau maior de consciência na população, especialmente com relação ao uso responsável que se faz da água potável, recurso este que tende a ser um dos mais disputados em todo o planeta.
Nunca se frequentou tanto a torneira de casa na expectativa de que alguma gota pudesse sair dela para, dentre outras necessidades, saciar a sede das pessoas. Tampouco se viu, em Paracatu, tanta gente a municiar-se com reservatórios dos mais variados tamanhos no intuito de driblar a privação a que todos foram vitimados. Uma certeza ainda resta: A água da chuva não vai mais correr só para a rua, antes, vais encher também umas dezenas de milhares de caixas d’água e galões por aí espalhados.
Notório é que os rios e córregos da região foram estrangulados em nome do progresso urbano, agrícola, da mineração e da indústria sucroalcooleira, que demandam grande quantidade de água dessas fontes para suas atividades. Alia-se a tudo isto, inaceitavelmente, o desperdício de água por parte de quem lava calçada, carro, asfalto e até as paredes com água doce. Espera-se que legislativo e executivo defendam a criação de uma lei que vise à aplicação de multa nestes casos, como já acontece em outras cidades, a exemplo de Uberaba, no Triângulo Mineiro.  
Não se sabe até quando o Ribeirão Santa Isabel sustentará com suas poucas águas o município de Paracatu, afinal de contas o nível crítico a que chegou sua vazão revelou não apenas os duros golpes que ele vem sofrendo para sobreviver, mas que será indispensável identificar novas fontes de abastecimento para a cidade, inclusive, com a construção de ampla barragem e programas de revitalização e preservação do toda a malha hídrica local.
 
(*) Carlos Lima é graduado em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), é Pós-Graduado em Oracle, Java e Gerência de Projetos e é consultor em organização de arquivos e memória empresarial.
  
 

 
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