“Mesmo que tenha um dilúvio, nós não vamos ter água,” afirma ambientalista

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O Biólogo Antonio Eustáquio Vieira "Tonhão", que já foi Secretário do Meio Ambiente de Paracatu e é membro do Conselho de Bacias hidrográficas, além de militante no Movimento Verde, esteve na Câmara de Vereadores para apresentar estudos e informações sobre a crise hídrica que segundo ele “já era prevista desde 2015, quando o município de Paracatu foi colocado em estado de alerta no Atlas da Agência Nacional de Águas.”

“-Muitas vezes o executivo não tem comprometimento ou não tem entendimento e a população fica a mercê. Desde 2015 a COPASA já trabalhava com déficit na captação e a última vez que houve uma intervenção nesta área foi no governo Almir Paraca há mais de 20 anos atrás,” afirmou Tonhão.

Em sua fala, o ambientalista afirmou que a COPASA mentiu quando “divulgou uma escala de racionamento em Paracatu”, pois “a tubulação disponível, de 150 litros por segundo, é menor do que a demanda da cidade".

“-Não existe racionamento porque a água do Santa Izabel vem direto pro Centro e só quando o centro enche é que a água vai pros bairros, não há setorização na distribuição da água da COPASA e a estrutura existente hoje não atende Paracatu. A situação é mais calamitosa do que se imagina. O executivo tem que resolver isso porque só a administração é que tem o poder de contratar ou dar concessão e também de fiscalizar esses contratos,” acusou e afirmou Tonhão.

Durante a sua tribuna, Tonhão disse que não há solução a curto prazo e que a única alternativa no momento é a captação no Rio São Marcos e ainda sugeriu um caminho ao Prefeito Condé.

“-Ninguém precisa acreditar em mim, mas peço que procure as informações porque se eu fosse o Prefeito da cidade e acontecesse isso eu iria pra Rádio, pra TV, pra mídia em geral e falaria a verdade pra população. Eu diria, olha, eu não prestei atenção no que estava acontecendo ao longo dos anos e vou ter que fazer alguns decretos que vão contrariar e sacrificar um pouco a população,” sugeriu o ambientalista.

Além de deixar subentendido que tem recebido ameaças desde que começou a expor seu ponto de vista sobre a verdadeira situação da crise hídrica em Paracatu, Antonio Eustáquio também conclamou os parlamentares a capitanearem uma reação imediata.

“-Chuva não é sinal de água na torneira, nós perdemos 75% da nossa vegetação e a situação é catastrófica mas tem jeito de resolver a longo prazo e todos tem que se envolver. A responsabilidade dos Vereadores é muito grande, caso contrário nós vamos pagar um preço muito caro pela nossa omissão,” alertou.

As palavras do ex-Secretário de Meio Ambiente confirmam as previsões feitas por biólogos e Engenheiros Ambientais ouvidos por nossa reportagem que foram convictos ao dizer que "diante da situação atual, a estrutura de captação e a tendência de chuvas para os próximos meses, no ano de 2018, a falta d’água deverá começar no mês de julho", antecipando e quase 2 meses a situação crítica vivida pelos Paracatuenses desde o mês de setembro deste ano.

Nossa reportagem enviou e-mail à Assessoria de Imprensa da COPASA, mas até o momento não tivemos retorno.

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