Falta d’água em Paracatu: O exercício da cidadania

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Paracatu-MG (29/09/2017) – Se por um lado a escassez hídrica por que passa o município de Paracatu vem afetando severamente o dia-à-dia de toda a sua população, por outro, tal sofrimento tem suscitado uma grande lição que jamais alguém conseguirá promover com tanta eficácia: A população está aprendendo a fiscalizar mais e a reclamar de quem anda desperdiçando água.
Com o contingenciamento hídrico que vem sendo operacionalizado há quase 1 mês pela COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e a inexistência de um reservatório capaz de suprir a demanda em meio ao caos que se instalou na cidade, decorrente do longo período de estiagem na região, nota-se que a percepção quanto à importância do consumo consciente da água começa a mudar consideravelmente em Paracatu.
Diante do trágico espetáculo em que figuram como crucificada a COPASA, que deveria ter se precavido e evitado que a água chegasse ao “fundo do poço”, por assim o dizer, e como crucificadores, aqueles cuja outorga popular lhes é dada para fiscalizar, mas que em momento oportuno fizeram vistas grossas para o risco iminente e deixaram “a vaca ir de vez para o brejo”,   assiste-se  a um incipiente, porém relevante “big-brother social”  cuja participação coletiva tem levado para a mídia a indignação e o repúdio ao desperdício que ainda se vê por aí.
E não é só isso que se constata: A população tem revelado sua grande nobreza na medida em que começa a tomar para si parte desta culpa pela crise do desabastecimento de água e como tal, utiliza as redes sociais, a TV e o Rádio como portadores de sua autocrítica e de suas reclamações. Não raro, vídeos de pessoas que utilizam a mangueira para lavarem o carro, a calçada, a parede e até mesmo o asfalto em frente a suas residências e estabelecimentos comerciais, tem sido gravados e publicados na mídia, de forma a revelar não só a insatisfação, mas principalmente o exercício da cidadania.
2017 vai ficando assim marcado como o ano em que se viu a água secar por tudo quanto é lado. A cena do caminhão pipa abastecendo os galões – coisa que não se via há muito tempo – vai ficar na memória de muito gente. Ou quem sabe: o desabafo do comerciante (não estou autorizado a citar seu nome!) que, sem água para seu trabalho, informou que não forneceria refeições naquele 4º sábado de setembro. Enfim, restou-se  de tudo isso um enorme aprendizado social, de que o desperdício de água não pode ser a regra, como se testemunhou até então, mas na melhor das hipóteses, tão somente e no máximo, uma indesejável exceção.
(*) Carlos Lima é graduado em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), é Pós-Graduado em Oracle, Java e Gerência de Projetos, é consultor em organização de arquivos e memória empresarial e exerce a função de Arquivista no Arquivo Público Municipal de Paracatu.
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