Os produtores rurais serão beneficiados pelo programa Brasil Sem Miséria (BSM), realizado em Minas Gerais por meio de um acordo de cooperação técnica entre o Governo do Estado e o Governo Federal.
Destinado a agricultores familiares em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda per capta de até R$ 85 por mês, e que estejam incluídos no Cadastro Único do Governo Federal, o Brasil Sem Miséria fornece aos beneficiários o valor de R$ 2,4 mil a fundo perdido para investimento em um projeto produtivo.
Os extensionistas da Emater ajudam as famílias a elaborar os projetos para receber os recursos, dão assistência técnica na implantação da atividade e orientações sobre a comercialização. Já os técnicos da Seda executam o termo de cooperação e fiscalizam o programa.
Na pequena comunidade de Itambacuri, no Território Mucuri, Maria da Penha Nascimento, 43 anos, pôde reformar sua antiga fábrica de farinha com a verba recebida pelo programa. “O espaço estava muito ruim, quase não conseguia produzir farinha de mandioca, que é minha principal fonte de renda”, conta.
Para participar do BSM, Maria da Penha recebeu a visita de um técnico da Emater-MG, que montou o projeto de reforma da fábrica. Com a liberação do dinheiro, a estrutura foi totalmente reformada. “Agora eu gasto menos e produzo mais. Consigo vender uma média de seis sacos de farinha por mês, antes não chegava a isso. Foi muito bom pra mim”, diz.
Segundo o coordenador estadual e gestor do programa Brasil Sem Miséria da Emater-MG, Thiago Carvalho, entre 2012 e 2015 já foram atendidas cerca de 8 mil famílias.
“O objetivo agora é atender 12 mil famílias até 2018. Já temos 2.500 famílias selecionadas, com os diagnósticos feitos pelos técnicos da Emater e com projeto produtivo estruturado, esperando apenas a liberação da primeira parcela”, ressalta Carvalho.
Primeiro, a família recebe uma parcela de R$ 1,4 mil e depois o restante do valor (R$ 1 mil). Os territórios Norte, Caparaó, Mata e Alto Jequitinhonha são os que terão mais pessoas contempladas nesta etapa (vide quadro abaixo). As atividades mais procuradas pelos beneficiários são avicultura, horticultura e fruticultura.
“O mais importante é que a atual gestão tem buscado a integração dessas famílias nas diversas políticas públicas, nas esferas municipal, estadual, federal. A família beneficiada pelo programa é também encaminhada, por exemplo, para ter acesso a linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para fornecer para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), para vender em feiras livres, entre outras ações” Thiago Carvalho, da Emater-MG
Apesar de o foco do programa ser a agricultura familiar, os projetos são em áreas diversas e não precisam ser necessariamente ligados à agropecuária. Em Glaucilândia, no Território Norte, por exemplo, um grupo de cinco pessoas se uniu para montar uma biscoitaria, que hoje funciona no Centro Comunitário da cidade.
“A Emater montou o projeto do negócio coletivo, e nós cinco fomos beneficiários do programa. Usamos o dinheiro para comprar os equipamentos. Também fizemos muitos cursos, conseguidos pela Emater, para aprender a fazer os produtos com qualidade e higiene”, conta Rita de Cássia Souza, 44 anos, que lidera o grupo.
O negócio deu tão certo que a biscoitaria, em funcionamento desde 2015, vai ser transferida para um espaço maior. Os produtos – biscoitos, roscas e bolos – são vendidos no próprio Centro Comunitário e também de porta em porta na cidade.
“Antes eu tinha a verba do Bolsa Família e era diarista. Minha vida mudou com a fábrica, aprendi muita coisa. Cada um de nós consegue tirar mais ou menos 200 reais mensais com os biscoitos, o que já me ajuda demais”, relata Rita.
Seu sobrinho, Jânio Gonçalves, 29 anos, conta que teve sua vida transformada. “Eu não tinha fonte de renda, pois tenho problemas de saúde e não conseguia emprego. Aqui, trabalho como todo mundo e tenho meu dinheirinho garantido no final do mês”, comemora.
Fonte: SEGOV MG
