Os evangelhos narram a vida de Cristo, seus milagres e sua mensagem, às vezes, de modo absolutamente desconcertante. Quem diria que ele iria elogiar um administrador desonesto? São Lucas, no início do capítulo 16, fala sobre a saga de um administrador que foi denunciado por práticas desonestas durante a sua gestão e imediatamente o patrão o chama para “acertar” a contas, já que ele seria sumariamente demitido. Contudo, o administrador utilizou sua argúcia e inteligência para preparar o seu futuro. Afinal, depois de sua demissão, as pessoas que ele “ajudou”, também o ajudariam na hora que ele mais precisasse. Ele chama alguns dos devedores do seu patrão e diminui-lhes a dívida. Assim os contemplados por esse ato de esperteza deviam no mínimo “obrigação” ao administrador. Assim foi feito.
Jesus não elogia os atos desonestos do administrador, mas a esperteza e inteligência dele ao conseguir seus objetivos.
Esta parábola é instigante porque é possível, em tese, aplicar a mesma linha de raciocínio para um ser humano ganhar a vida eterna, isto é, usando a inteligência, construindo os tesouros não para esse mundo. Cada ser humano sabe que não é suficientemente santo para conseguir, com o próprio esforço, a vida, mas contando com a infinita misericórdia de Deus, a pessoa vai acumulando pontos no céu através de atos simples, do dia a dia. Quando chegar aquele “tremendo e glorioso” dia de nosso encontro com Deus, a pessoa poderá contar com a fé inabalável em Jesus e com nosso esforço. Assim uma pessoa poderá “roubar” o céu, mesmo que ela nunca o mereceu.
Se nós tivéssemos um freio capaz de reduzir a velocidade do tempo, nós já teríamos usado … mas é inútil. O tempo passa. Resta agora esperar que o ano novo de 2017 traga ao nosso país mais paz e segurança ao nosso sofrido povo.
