Auditores cobram cumprimento de pena para condenados na Chacina de Unaí

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Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sindicalistas e parlamentares lamentaram, em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que, mesmo após quase 13 anos da chamada “chacina de Unaí”, os assassinos continuam em liberdade. A reunião sobre o tema aconteceu na manhã desta segunda-feira (21/11/16), a pedido do deputado Rogério Correia (PT).
Três auditores fiscais e um motorista foram mortos a tiros quando faziam uma fiscalização de rotina na zona rural de Unaí (Noroeste do Estado) em janeiro de 2004. Os acusados de participação no crime já foram julgados e condenados. Mas os mandantes (os irmãos Antério e Norberto Mânica) e os intermediários (Hugo Pimenta e José de Castro) aguardam em liberdade o julgamento de recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília
O auditor fiscal do trabalho Athos Vasconcelos disse que o não cumprimento da pena pelos responsáveis pelo crime demonstra impunidade. Segundo ele, a chacina foi um ataque aos servidores e ao Estado. “Estamos às vésperas de se completar 13 anos da chacina, em um tempo em que o governo busca reduzir ou retirar direitos dos trabalhadores. Há um movimento de enfraquecimento da Justiça do Trabalho. Os mandantes do crime foram condenados, mas continuam em liberdade. Queremos que essa condenação se efetive o quanto antes”, pediu.
A também auditora fiscal do trabalho Alessandra Parreira Ribeiro reforçou que a categoria deseja mostrar sua indignação com o não cumprimento da condenação dos assassinos. Ela ressaltou, ainda, que se observa, no Brasil, uma agenda de precarização das classes trabalhadoras. “Não se trata de ameaças, e sim ataques frontais ao que foi conquistado ao longo das últimas décadas. Projetos de lei federais que ampliam a terceirização e retiram direitos avançam no Congresso”, alertou.
O diretor-chefe de Relações Sindicais e Trabalhistas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Carlos Calazans, que era delegado regional do trabalho na época do crime, destacou que, apesar de os envolvidos na chacina terem sido condenados a mais de 100 anos de prisão, o processo continua parado em Brasília há mais de um ano. “É uma situação que não tem fim, mesmo tanto tempo depois. Temos que cobrar agilidade e justiça”, completou.
Entidades sindicais demonstram solidariedade
O representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Enio Bohnenberger, afirmou que o trabalho escravo continua existindo em todo o País nas grandes fazendas e que massacres como o de Unaí acontecem em razão da impunidade. Para ele, a Justiça é lenta e favorece a criminalidade. Por isso, convocou os trabalhadores para que se mantenham vigilantes.
Da mesma forma, o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jairo Nogueira, salientou que o que aconteceu em Unaí não foi um fato isolado e demonstra a precarização da classe trabalhadora. “Somos solidários aos auditores do trabalho, que combatem a relação análoga à escravidão”, completou.
O vice-presidente da Nova Central dos Trabalhadores, Davi Eliude Silva, também lamentou que o crime continue impune, uma vez que os assassinos, apesar de condenados, estão livres. Defendeu a fiscalização do trabalho e disse que vem ocorrendo um processo crescente de sucateamento da categoria. Ele acredita que falta sensibilidade do Judiciário para crimes como esse, e que é preciso lutar contra as ações de retirada de direitos pelo atual Governo Federal.
Fonte/Crédito de Fotos: ALMG
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