De madrugada…

whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button

Acordei com a impressão que alguém estava andando e arrastando os pés na varanda em frente ao meu quarto. Tinha dormido a pouco e o dia fora muito cansativo. Sonolento abri a porta, olhei e não vi ninguém. Deitei e voltei a dormir e… de novo aquele ruído.

Levantei-me, abri a porta, não vi ninguém. Então fui para Capela, que estava escura e fria. Acendi as luzes e me aproximei do sacrário para rezar. Acho que adormeci, não sei… Num certo momento, notei que apesar de ter acendido as luzes, a capela permanecia na penumbra, como que iluminada por algumas velas e, percebi que havia alguém sentado no canto da Capela, não distingui bem a figura. Não sei se era sonho ou visão.

Senti que devia me aproximar e, com medo, cheguei mais perto. Então vi seus pés… Uma dor indescritível atravessou meu coração. Os pés estavam massacrados, feridos como se tivessem pisado em cacos de vidro, estavam sujos e disformes. Imaginei a dor que aqueles pés causavam ao andar.

Queria ter alguma coisa, uma toalha, água morna… para limpar, enfaixar… enfim fazer alguma coisa. Quando estava neste turbilhão de sentimentos, vi a imensa ferida que atravessava aqueles pés. Meu coração quase parou… que dor!

Não ousei perguntar nada. Queria expressar o que sentia; desejava fazer um gesto que revelasse meu amor e a vontade de lhe diminuir a dor. Então, num ímpeto, abracei aqueles pés, queria que meu calor aquecesse; que minha roupa limpasse; que minhas lágrimas lavassem… Sabia que aqueles pés carregaram a cruz, que foram pregados no madeiro, carregaram meus pecados, foram feridos por eles.

Tremulo, abraçado àqueles pés, rezei: que seja eu os seus pés Senhor! Já que não podes caminhar assim, que seja eu a ir por Ti… Que eu seja ferido também, que a ferida de amor também me atravesse… que eu seja Teus pés, Senhor! Que eu Te carregue, mesmo que o peso seja a cruz, que eu seja Teus pés, Senhor!

Amanheceu; o frio me acordou. Estava deitado no chão da capela. Levantei e aturdido não sabia se tinha sonhado, quando vi que a camiseta que vestia estava suja, como se eu tivesse enxugado ou esfregado alguma coisa com ela.

XMCred Soluções Financeiras
whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button