O Movimento “Mais Paracatu” realizou ontem (29) uma caminhada pedindo por mais segurança pública e convidou a população para mostrar a insatisfação com a crescente violência da cidade e péssima qualidade de vida, além de diversas questões envolvendo a política local como os altos gastos públicos do legislativo. Além do clamor por mais segurança pública, os representantes do movimento buscavam apresentar as reivindicações às autoridades do executivo, legislativo e judiciário.
Com o convite feito pelas entidades que lideram o Movimento vários estabelecimentos comerciais fecharam as portas na tarde de ontem para lutar por mais segurança, dentre outros problemas e os manifestantes se concentraram na Praça Firmina Santana de onde saíram em caminhada pela cidade. Também compareceram na caminhada vários segmentos da sociedade, e ainda alunos, professores e empresários da cidade.
A caminhada que teve início na Praça Firmina Santana se deslocou até a Câmara Municipal onde aconteceu uma audiência pública com autoridades do município.
Na audiência pública o poder judiciário se fez presente nas pessoas do juiz de direito Dr. Rodrigo Assunção, do promotor Dr. Nilo Virgílio e da promotora Dr. Mariana Duarte. Além dessas autoridades, o presidente da Câmara Municipal, João Arcanjo, representou o poder legislativo na audiência.
Logo no início da audiência, o representante das entidades questionou o vereador sobre reivindicações já solicitadas em data anterior à Câmara, como a redução do subsídio dos vereadores, redução do número de vereadores, extinção da verba indenizatória (que hoje é de oito mil reais) e revogação do cargo para segundo assessor de rua para cada vereador.
Em resposta, o vereador João Arcanjo disse que todos os assuntos já estão tramitando na câmara, nas comissões específicas. “Já existia uma tramitação para redução da verba indenizatória pela metade, porém, fiz uma emenda para extingui-la de vez. A redução do número de vereadores também já tramita na casa. Quanto ao segundo assessor não chegamos a dar posse para ninguém, pois nem no orçamento existia a previsão para o gasto e está sendo revogada essa questão”, disse o vereador.
O presidente da Câmara aproveitou e solicitou maior presença da população no cotidiano da casa e deixou claro que a Câmara está de portas abertas a toda a sociedade, pois é a casa do povo.
Quanto à segurança pública, o representante das entidades Robertus Van Doornik, apresentou dados da violência em nossa cidade, chegando ao número de 25 homicídios somente nos três primeiros meses deste ano.
O promotor Dr. Nilo Virgílio ressaltou a preocupação do Ministério Público com a violência na cidade, principalmente quanto as crimes de homicídio e roubos. Segundo ele, o número de 25 homicídios é muito alto, pois está no mesmo índice de violência de cidades como Uberlândia, que é cinco vezes maior que Paracatu.
O promotor ainda apresentou um projeto social “Segurança Pública, um problema de todos”, que busca ajudar na prevenção e diminuição dos crimes que será realizado pelo Ministério Público. “Queremos trazer a população para participar e se sentir inserida no contexto para melhorar a segurança. Faremos reuniões nos bairros para escutar em cada localidade quais são os anseios, os problemas e o que pode ser feito para melhorar a segurança no local. Também serão repassadas informações de como a sociedade pode ajudar nas investigações e não deixar os crimes impunes”, disse o Dr. Nilo.
O juiz de direito, Dr. Rodrigo, por sua vez, disse que projetos como este do Ministério Público são muito importantes para que a sociedade desperte para a importância que cada um tem no contexto. Ele ainda ressaltou que o efetivo da Polícia Civil e Militar é muito inferior ao necessário, mas que mesmo trabalhando com o mínimo as duas polícias têm mostrado importantes resultados.
A promotora Dr. Mariana pediu que o Movimento continue atuando na cidade, pois o clamor popular ajuda também no trabalho do Ministério Público. Ela também informou que está buscando recursos e em breve a cidade contará com algumas tornozeleiras eletrônicas para menores infratores e futuramente para maiores de idade. Também tem realizado, junto à Prefeitura Municipal, capacitações para melhorar os resultados das medidas socioeducativas aplicadas aos menores.
“A Promotoria Estadual também tem buscado o aumento de vagas para internações em todo o Estado, pois não adianta aumentar apenas em nossa região, já que as vagas são ocupadas por menores oriundos de qualquer lugar do Estado, porém, este é um trabalho mais demorado, mas o trabalho já vem demonstrando resultado. Temos percebido que os crimes praticados por menores tem diminuído, não da forma como gostaríamos e que seria o ideal, mas tem acontecido”, disse a Promotora.
Por Lorranne Marques
