Movimento que pede redução de salários de vereadores em Paracatu pode atingir também Prefeito e Secretários

whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button

Representantes das entidades que assinaram o manifesto elaborado pelo “Movimento em Prol de Paracatu”, funcionários da Associação Comercial e Sindicatos, estiveram ontem na Câmara para acompanhar a tribuna livre que contou com a participação do presidente do SindComércio de Paracatu, Robertus Van Doornik e pelo representante da Ordem dos Advogados do Brasil, o advogado Dr. Nelson Biuchi. 

Apesar da contestação dos Vereadores, que entendem que o Movimento é capitaneado por pessoas do Grupo político do Prefeito Olavo Condé (PSDB), Robertus ressaltou que o movimento é “apolítico” e não possui liderança. Disse que a intenção é pressionar os Vereadores a reduzir os gastos públicos, assim como toda a sociedade em período de crise.

Robertus Van Doornik expôs as reivindicações do movimento, que representam, segundo ele, uma boa parte da sociedade Paracatuense comunicou que foi feito um documento e enviado para o Ministério Público solicitando análise dos gastos do poder legislativo. Pediram também a transparência dos gastos no site da Câmara, que segundo ele não estão de acordo com a Lei.

O momento de maior euforia no plenário foi quando o representante do Movimento ressaltou os principais pedidos: a redução de 17 para 11 vereadores; a redução do subsídio dos vereadores para 4 mil reais e a eliminação da verba indenizatória.

“-Não é através do salário que julgamos o trabalho feito. Nós do Rotary, por exemplo, fazemos os trabalhos de saúde do homem e da mulher, atendendo mais de 1800 pessoas em cada gênero. Temos trabalho de doação de cadeira de rodas e óculos, assim como várias outras entidades e o que fazemos na verdade é pagar do nosso bolso para fazer parte da entidade. Vocês tem que entender que ser Vereador não é uma carreira”, disse Robertus. 

Além disso, durante a fala do advogado Dr. Nelson Ivan Biulchi, foi pedido a diminuição do percentual da receita do município, que hoje é de 7% e que o valor da redução fosse destinado a um Fundo de Segurança Pública e ainda a eliminação da Lei recente que cria mais um assessor para cada vereador, denominado Assessor de Rua.

“-Os gastos da casa precisam se readequados urgentemente e dinheiro usado em situações vitais para a sociedade. Se não foram vocês que criaram a verba de gabinete, tenham a coragem de extingui-la e agindo assim, vocês estarão captando a voz das ruas e farão uma sinalização para o poder executivo: de que uma nova realidade se inicia em Paracatu e talvez conseguiremos reduzir secretarias e cargos comissionados. Façam suas escolhas, ficar do lado do povo ou ao lado de interesse pessoais”, disse o advogado que também condenou a produtividade dos parlamentares durante a atual Legislativa.

"-Nós não assistimos nesses 4 anos, um trabalho efetivo dos atuais Vereadores que justifique esses gastos. Então nós precisamos desse dinheiro pra aplicar em setores de mais importância pra comunidade."  Finalizou Dr. Nelson.

Os presentes no plenário gritavam palavras de ordem a todo tempo e pediam que os projetos em questão fossem votados ainda naquela reunião, porém, os tramites do poder legislativo de acordo com o que é previsto na Constituição não permitem.

O presidente da Câmara Municipal, João Arcanjo Mendes Santiago (SD), afirmou que a casa está aberta para discutir todos os pontos levantados pelo movimento e que alguns deles, como a redução no número de vereadores e da verba indenizatória já foram apresentados e estão sendo discutidos entre os vereadores.

Além disso, afirmou que o site da Câmara Municipal segue a Lei da Transparência e todos os dados são divulgados diariamente. Também disse que os cargos de segundo assessor parlamentar já foram revogados por não ter verba para sustentar tal gasto.

“Queremos aderir também ao movimento e reduzir gastos. Mas também o executivo tem que reduzir, como o subsídio do prefeito, vice e secretários. Nós erramos e fomos omissos quanto as questões da prefeitura, mas a intenção sempre foi ajudar e a manifestação veio em boa hora para que nós possamos cumprir o papel de vereador”, disse João Arcanjo.

Mesmo com o término da reunião o alvoroço continuou já que os presentes questionaram que os vereadores estão no cargo justamente para fiscalizar o executivo e que ficar jogando a batata quente para o outro lado não irá resolver o problema.

Questionada, a Promotora, Dr. Mariana ressaltou que o inquérito que analisará os gastos do legislativo já foi aberto, porém, ainda não possui informações concretas e não pode detalhar o caso para não atrapalhar as investigações.
 

Por Lorranne Marques e Glauber César

XMCred Soluções Financeiras
whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button