Minas Gerais terá a maior safra do setor sucroalcooleiro dos últimos cinco anos, com a expectativa para colher 56 milhões de toneladas de cana. A projeção do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Siamig/Sindaçúcar-MG) aponta que o setor terá um crescimento de 10% na safra da cana, com aumento de 21% na produção de açúcar e 12% no etanol em relação à safra do ano passado, que fechou com volume de 50 milhões de toneladas. Embora maior, a previsão é que a produção seja escoada em vista do déficit do mercado de açúcar e do aumento de consumo de etanol.
De acordo com o presidente do Siamig/Sindaçúcar-MG, Luiz Custódio Cotta Martins, nos últimos cinco anos, Minas foi o estado que mais cresceu no Brasil em termos de produção sucroalcooleira: enquanto a média brasileira foi de 7% ao ano, o estado cresceu mais de 14%.
“O crescimento maior foi do açúcar, porque os tributos no estado desestimulam o mercado interno de álcool. Na medida em que acontecer a abertura do mercado, com o projeto da diferenciação da alíquota de combustíveis fósseis e renováveis, pode mudar o perfil da produção e o consumidor poderá fazer uso do álcool, a exemplo do que acontece em outros estados”, afirmou.
Segundo ele, a venda de energia gerada com bagaço de cana é a aposta para os próximos anos. “Seis empresas vendem energia para a Cemig advinda do bagaço da cana. Até 2015, mais 12 empresas devem investir nessa área”, disse.
Muitos projetos continuam paralisados por causa da crise financeira do ano passado, inclusive a instalação de três usinas de açúcar e álcool em Uberlândia previstas para este ano, segundo o presidente do Siamig/Sindaçúcar-MG, Luiz Custódio Cotta Martins. “Os recursos não migraram. Os projetos foram protocolados no governo, mas como a crise parou os investimentos, não foi possível dar continuidade e é preciso aguardar que o setor se reestabeleça”, disse.
Apesar da escassez de investimentos no setor, está confirmada a inauguração de três usinas na região: no dia 30, em São Simão; no dia 4 de maio, em Uberaba, e até agosto, uma na região de João Pinheiro e Paracatu. Para cada uma, o investimento estimado é de R$ 200 milhões.
