Vasquinho diz que é cedo para falar em eleições. Mas já afina o discurso sobre segurança pública

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           O ex-prefeito de Paracatu, Vasco Praça Filho, o Vasquinho,  do PSD, apontado como forte e potencial pré-candidato a retornar ao cargo que ocupou por duas vezes, prefere não falar sobre o processo sucessório de 2016 agora. “Vamos deixar essa discussão para depois” – escorrega.  Mas, ainda assim,   antecipa que vai participar dele, como candidato ou  cabo eleitoral de algum postulante ao posto de chefe do Executivo. Ele disse isso em entrevista ao Programa Opinião e Debate, veiculado pela Rádio Juriti AM, dia 12 deste mês, quando demonstrou o mesmo tirocínio político e a mesma sintonia fina com os anseios do povo.
          Ainda que sem intenção eleitoral, Vasquinho fez uma pregação capaz de se transformar em consistente plataforma de campanha. Trata-se do quesito segurança pública, preocupação de dez entre dez paracatuenses.  Advogou  a união de instituições como as igrejas, lojas maçônicas, clubes de serviço, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), poderes públicos e lideranças políticas e comunitárias em geral, de forma a contornar o problema que cresce e assombra a cada dia. E revelou ter, como presidente da Cooperativa Agropecuária e por ser um grande  temor que reina no meio rural,  que representa, reivindicado do prefeito Olavo Condé, do PSDB, maior líder institucional do município, que encabeçasse urgentemente um amplo esforço nesse sentido.
          Como se sabe, sem falar nos furtos e roubos, que dispararam, a quantidade de homicídios em Paracatu, em 2013, chegou a espantosos 63 casos. Estão fora, em razão da denunciada manipulação das estatísticas, as tentativas convertidas em morte a posteriori.  A  soma geral é considerada muito  alta para um contingente populacional, à época, de apenas cerca de 90 mil habitantes. Significou cifra  (que antes,  até 2011,  era, na média, de onze assassinatos/ano)  muito superior aos parâmetros estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), conferindo a Paracatu o indesejado destaque negativo em Minas e no Brasil, extrapolando também, em muito, a realidade regional: foi mais do dobro das mortes da mesma natureza verificadas em Unaí, e mais que o triplo registrado na vizinha João Pinheiro (incluindo Brasilândia). Até que houve declínio da matança humana em 2014.  Contudo,   em 2015, esse cancro social  maldito e macabro voltou a crescer, merecendo denúncia e pedido de providências federais por parte  do deputado Eros Biondini (PTB) na Câmara dos Deputados, apesar de as estatísticas  oficiais, numa redução artificial forçada,   não considerarem  homicídio o caso de  a vítima chegar dando os últimos suspiros ao  hospital e morrer poucos minutos depois… 
          É claro que, decente, boa praça (perdão pelo trocadilho) e político sensível ao clamor e ao sofrimento do seu povo, Vasquinho lamenta e não deseja esse infortúnio coletivo. Mas é sempre bom lembrar que a questão da segurança pública, que parece uma piada de mau gosto em Paracatu, é responsabilidade, principalmente, do Governo do Estado, atualmente comandado pelo PT e pelo PMDB, que afastaram e, no momento, combatem e descartam qualquer possibilidade de apoio a uma eventual candidatura Vasquinho. Que a atual administração municipal, mesmo não sendo atribuição e competência legal suas, coloca dinheiro do cidadão na segurança pública, que não está oferecendo satisfatoriamente a esse mesmo cidadão o serviço pelo qual ele pagou, e caro. Que isso, direta e indiretamente, não deixa de afetar o prefeito Olavo Condé – coincidentemente, também pré-candidato e potencial futuro concorrente do ex-prefeito.
          Resumo da ópera: querendo ou não querendo, tá aí um assunto que dá pano pra manga e, por constituir  um justo clamor do povo, poderá render um bom discurso nos palanques ano que vem. Com boa aceitação nos meios políticos e já tendo até discurso pronto, deixará Vasquinho, na hora do vamos ver, de ser candidato? O tempo dirá…      
 

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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