A Teologia de Karl Rahner a partir da propagação do Islã na Ásia, África e Europa

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       O método antropológico elaborado por Rahner contém características peculiares, pois, para ele, na experiência do ser humano é preciso estabelecer uma separação entre o conceito de ‘a priori’ e ‘a posteriori’. O mundo da experiência humana, apresentado em seus conteúdos é a posteriori, adquirido, e categorial, refletido, tematizado; a ponto de estabelecer a possibilidade de diferentes classificações. Não obstante a esse a posteriori, ele se mostra subentendido um a priori, não adquirido, mas sempre dado com a existência humana. O transcendental diz respeito justamente “a condição da possibilidade” do conhecimento, da ação e das outras experiências humanas, ou seja, à condição da possibilidade da experiência categorial. O conteúdo da experiência humana, por sua vez, é a posteriori e categorial. Consequentemente, a dimensão a priori e transcendental é condição da possibilidade de tais experiências, por ser constituída pela estrutura do espírito finito do mundo.

           Em sua obra Curso fundamental sobre a fé, Karl Rahner elabora uma reflexão madura e bem articulada sobre o assunto, mostra que a experiência da transcendência é, pois, o que “chamamos de experiência transcendental a consciência subjetiva, atemática, necessária e insuprimível do sujeito que conhece, que se faz presente conjuntamente a todo ato de conhecimento, e o seu caráter ilimitado de abertura para a amplidão sem fim de toda realidade possível.”

          A partir do século VII ocorreu o aparecimento e a propagação do Islã. O fenômeno assinalou a cultura religiosa da Ásia, da África e da Europa, além de criar um novo problema teológico. A prolongada luta que a cristandade sustentou contra e expansionismo islâmico acarretou um olhar negativo não só acerca do islã, mas, de maneira geral, das religiões não-cristãs. Ressalta-se que a relação entre o cristianismo e o islamismo constituirá a questão típica da posição do cristã acerca das demais religiões. Em seu forte embate contra o islamismo, a cristandade construiu seu estatuto calcado em princípios, métodos, juízos teóricos e, acima de tudo, comportamentos práticos sobre as demais religiões.

        A chegada triunfante e ampliada de uma nova compreensão teológica do mundo da época moderna se estabelece a partir da elaboração de uma ciência comparada das religiões. O fim da era colonial, marcadamente influenciada pelos confrontos entre as religiões, cria um ambiente propício para que se estabeleça uma nova forma de diálogo.

      Foi neste contexto histórico, com o pensamento de Rahner e a influência do Vaticano II, surgiram as primeiras tentativas de elaboração sistemática de uma verdadeira teologia das religiões. Desta feita iniciou-se a significativa renovação teológica, como bem expressou o teólogo: um agiornamento que parte da própria redefinição da Igreja diante de si e da humanidade. Esta nova perspectiva teológica abriu-se para a humanidade em várias dimensões. Os principais sinais da redefinição da Igreja foi a doutrina acerca da colegialidade, face ao papel dos carismas. Outro aspecto relevante foi a concepção das comunidades locais enquanto Igreja o apontamento das possibilidades de salvação para os não-cristãos, somente para pontuar alguns, entre outros avanços.

imagem: ilustrativa

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