O Vereador João Macêdo (DEM), durante sua tribuna da Câmara apresentou informações que alarmaram a população de Paracatu diante da amplitude da tragédia que, segundo ele “está se desenhando na cidade.”
Durante sua exposição, Macêdo apresentou imagens de satélite que mostram a diferença entre a barragem da empresa Samarco de Mariana que se rompeu recentemente deixando um rastro de destruição por centenas de quilômetros e a barragem de Santo Antônio da Kinross de Paracatu, que é “ 20 vezes maior”, segundo Macêdo.
“-Paracatu corre perigo e podemos ver essa imagem ao vivo, pois a mina de Paracatu e a barragem estão acima do nível da cidade e uma das barragens é no mínimo 20 vezes maior do que aquela que rompeu na cidade de Mariana. Será que os investimentos feitos pela mineradora compensam o risco que a barragem da Kinross traz a Paracatu? Será que compensa o risco da cidade ser engolida por uma lama tóxica igual aconteceu com o distrito de Bento Rodrigues em Mariana?” Questionou Macêdo.
O parlamentar apresentou também diversos vídeos gravados por moradores das proximidades da represa e também reportagens veiculadas na imprensa nacional mostrando os resultados da tragédia.
“-Estamos cansados de ver parlamentares serem acusados de conivência por que tem interesse no trabalho da Kinross, porque que tem caminhões alugados prestando serviço na mineradora, mas eu quero deixar uma pergunta: Será que não há um limite para tanta ganância?” Indagou.
João Macêdo também comentou o pedido de audiência pública encaminhado por vários parlamentares e questionou a legitimidade de eventos da mesma natureza que aconteceram patrocinados pela Casa Legislativa e pelo governo municipal. Questionou também a autoridade e a seriedade da SUPRAMNOR, entidade responsável pela outorga da água utilizada por indústrias como é o caso da mineração e também na agricultura.
“-Quero afirmar aqui, com meus 26 anos de experiência que, audiência pública não adianta de nada porque a empresa é poderosa não deixa que nada aconteça. Os gerentes vem aqui e falam o que querem, em outras vezes trazem pesquisadores de renome pagos por eles e tudo fica por isso mesmo. Não adianta falar que tem licença, que tem outorga para captar água, porque a SUPRAMNOR de Unaí é apenas um balcão de negócios, onde quem paga recebe a outorga e com isso a Kinross vai lá no Rio São Pedro e tira mais água do que a própria COPASA, que retira água pra nosso consumo.” Acusou.
Sobre o fechamento da Mina, Macêdo negou que seja esta a sua intenção.
“-Eu não quero que a Kinross feche não, porque a mineradora traz muito benefício pra cidade, através dos projetos sociais, do dinheiro que gira no comércio da cidade, mas eu estou defendendo aqui é o direito de cada ser humano a sua própria vida porque como Cristão, é meu dever defender primeiramente a vida.” Afirmou.
Ao final da tribuna, o Vereador João Macêdo acusou a Kinross de faltar com a verdade em nota à comunidade, onde a empresa diz que as operações da mineradora são seguras. “-Essas informações são falsas e essa nota oficial da Kinross é mentirosa!” Esbravejou o parlamentar enquanto rasgava o comunicado oficial emitido pela empresa sobre a segurança nas operações nas suas barragens de rejeito.
Resposta da Kinross
Em contato com nossa reportagem, através da Ideia Comunicação Empresarial, a Mineradora Kinross disse que mantem o posicionamento feito através de comunicado oficial que você encontra no link abaixo.
Em comunicado, Kinross afirma que suas barragens são seguras
