Ex Prefeito de Unai é condenado a 100 anos de prisão por participação em chacina e irá recorrer em liberdade

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O ex-prefeito de Unaí Antério Mânica foi condenado a 100 anos de prisão, em regime fechado, como mandante das mortes de três fiscais do trabalho e um motorista na cidade do Norte de Minas, em 2004, crime que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Antério, que poderá responder em liberdade, está inelegível por oito anos em razão de condenação na Justiça eleitoral por abuso de poder econômico durante campanha eleitoral. Atualmente, ele está sem partido. Resultado do júri em Belo Horizonte foi comemorado pelas famílias das vítimas e colegas de profissão que acompanharam todo o julgamento.

O ex-prefeito disse durante o júri que o envolvimento dele no crime “é um grande equívoco do Ministério Público”. Antério é irmão do fazendeiro Norberto Mânica, conhecido na cidade do Noroeste mineiro como o 'Rei do Feijão'. O fazendeiro foi condenado na sexta-feira (31/10) a 100 anos de prisão, ao ser considerado o mandante do assassinato a tiros de três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego. “Não tenho nada com esse crime. Norberto não é Antério. Norberto é meu irmão. Os Mânicas são cinco produtores rurais com fazenda distintas”, afirmou.

Segundo Antério, as multas aplicadas contra ele pelos fiscais eram relativamente baixas: R$ 21 mil, quitadas entre 2000 e 2004. “Tenho devedores que me deram prejuízos muitos maiores. Mandar matar não é o caminho. Sem dúvida esse crime é uma barbárie”, afirmou durante o julgamento. Ele negou que tivesse “tremedeira” ao ver os fiscais do Trabalho. “Tremedeira é uma forma de dizer. Insatisfação, não! Até porque a fiscalização era rigorosa”, justificou.

As mortes ocorreram na manhã de 28 de janeiro de 2004, na zona rural de Unaí. Os auditores fiscais Nélson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista do Ministério do Trabalho e Emprego Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados a tiros em uma estrada vicinal enquanto fiscalizavam denúncias de trabalho escravo em fazendas da região. Após os crimes, Antério Mânica elegeu-se prefeito de Unai por dois mandatos (2005 a 2012).

Fonte: Maria Clara Prates / Flavia Ayer UAI

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