O referencial ético moderno à luz da relação Fé e Razão

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* José Ivan Lopes
Existem muitas discussões acerca da relação entre a ética, a fé e a razão. Tal diálogo, revela dualidades e incoerências, mas, por outra parte, descortina luzes para a práxis existencial humana, tanto no campo da fé quanto da razão. Neste sentido, percebe-se o esforço intenso e válido da reflexão e da pesquisa sobre o problema fé-razão, enquanto a humanidade continua promovendo guerras, se corrompendo e cultivando situações extremamente agressivas, até mesmo contra a vida dos seus semelhantes. Estes fatos e atitudes depõem contra a condição de ser racional e principalmente homem de fé.
É sabido que na modernidade o diálogo entre fé e razão se dá de forma complementar e positiva, deixando a grande lição, traduzida por João Paulo II, ao afirmar que “não perder a paixão pela verdade última, nem o anseio de pesquisa, unidos à audácia de descobrir novos percursos. É a fé que incita a razão a sair de qualquer isolamento e a abraçar de bom grado qualquer risco por tudo o que é belo, bom e verdadeiro”. A seriedade e a eticidade da pesquisa proporcionam estabelecer uma sólida discussão referente a um campo aberto pela presente aporia. É possível fazer saber a tantos estudiosos da possibilidade do diálogo entre as verdades da fé e as investigações científico-racionais.
A relação que se estabelece naturalmente entre fé e razão suscita naturalmente inúmeras interrogações, visto que a razão é, por sua natureza, indagadora e inquietante. Faz-se necessário lançar mão de uma ampla discussão, no intuito de encontrar respostas plausíveis para diversas indagações que não querem calar: em sua natureza original há de fato uma relação complementar entre fé e razão? Que luzes a relação fé-razão pode lançar sobre a realidade sociocultural, marcadamente ambíguas? É possível compreender e acolher a reflexão acerca da relação fé e razão, religião e compreensão sistemática da vida? Como entender que crer, nada mais é senão pensar consentindo? Todo aquele que crê, pensa; crendo pensa, e pensando crê? “A fé, se não for pensada, nada é”?
A relação fé e razão na modernidade proporciona profundas reflexões, além de possibilitar muitos enfoques de investigação. Seria impossível pensar a audácia da razão sem a clássica luz de Sócrates, o grande incentivador do conhecimento, tanto pela via da maiêutica socrática quanto pela clássica afirmação: “conhece-te a ti mesmo”.
Muitos pensadores contemporâneos ainda insistem em se debruçar sobre o assunto, dentre eles, alguns se consagram como clássicos e fiéis interlocutores do assunto, intelectuais da envergadura de Henrique Cláudio Lima Vaz, Alberto Antoniazzi, Batista Mondim, Emmanuel Levinás, Manfredo Araújo de Oliveira e Francis Collins, dentre outros acadêmicos, seja do campo da teologia, da filosofia ou das ciências da religião.

* Mestre em Ciência da Religião pela PUC Minas. Especialista em Pedagogia Empresarial pela FINOM. Licenciado em Filosofia pela PUC Minas. Atualmente é Diretor Acadêmico da FINOM.

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