Paracatu, Terra sem Lei: “O governador do Noroeste”, a segurança pública frouxa, as lideranças omissas e a violência crescente”

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* Florival Ferreira



          As lideranças políticas de Paracatu e da região, além de muitas das suas mais significativas instituições,   estão dizendo, “de boca cheia”, que “Toninho é o governador do Noroeste de Minas”, numa referência ao vice-governador Antônio Andrade, do PMDB,  que sempre teve nestas plagas a sua principal base eleitoral.  A ser verdade o puxa-saquismo implícito e explícito, as  pouco operantes instituições e “o governador regional” estão  precisando e merecendo monumental puxão de orelhas no que se refere à segurança publica, direito do cidadão e dever do Estado.  Numa democracia de verdade, ao bônus da livre nomeação a cargos corresponde  o ônus  de real prestação de serviços  aos representados. Coisa que não está acontecendo em sua plenitude. Senão, em resumo e por  exemplo,  vejamos:
          Um casal trabalhador pagava seus impostos em dia,  ganhava a vida e gerava tributos e empregos  comercializando/entregando cerveja até altas horas na avenida Olegário Maciel, poucos metros distante da Prefeitura e da Justiça Federal. Por  reiteradas vezes, larápios assaltaram o seu estabelecimento e atacaram os seus entregadores. Impunemente! O casal até que buscou uma solução, instalando grades protetoras em frente ao seu comércio, criando uma situação paradoxal e  estapafúrdia: homem e mulher honestos  tinham que trabalhar detrás das grades, porque os ameaçadores  ladrões estavam livres e  soltos, diante da complacência irresponsável do Estado e do seu aparato de segurança. Impotente e envergonhado, o casal demitiu os funcionários, jogou os investimentos feitos no lixo e  foi vender pizza na feira.  Cadê a segurança, a propalada governança regional e suas polícias e políticas?  
           Leomar tem um barzinho em pleno núcleo histórico de Paracatu, onde sempre trabalhou, com a ajuda de uma irmã e  da sua mãe. Um dia, facínoras, sabedores de que, na terra de Arinos,  segurança pública é uma piada, pela qual o cidadão caro  paga mas à qual nunca tem direito, invadiram o seu comércio. Leomar reagiu, contrariando orientação da polícia,  que pouco faz preventivamente, exceto fiscalizar o pagamento do IPVA, como se fiscais de renda os bons e sacrificados policiais fossem,   mas aconselha o cidadão a nada fazer.  Foi  baleado. Sua mãe,  esfaqueada. Seus impostos estavam absolutamente em dia. A segurança a que tinha direito, contudo… Leomar, além do muito que já paga,  mandou instalar grades protetoras às próprias custas. Passou a trabalhar detrás daquelas grades. Porque os marginais, estes continuam soltos. Ficar atrás das grades, em Paracatu, definitivamente,  não é coisa para bandido…
           Paulinho tem uma padaria no bairro Alto do Córrego que, por ironia, vivia abarrotada de policiais militares. Num final de semana, depois de muito trabalhar, recebeu a visita de assaltantes que levaram o dinheirinho das vendas,  que seria utilizado para pagamento aos fornecedores. Não satisfeitos, os bandidos humilharam e  agrediram o comerciante e outras pessoas, o que muita gente interpretou como emblemático recado: colocar-se debaixo das asas da polícia não é garantia contra os ladrões!!! Os marginais, ao que parece, mais que agredir e roubar, queriam  dizer que, em Paracatu, entra governo sai governo,  o Estado e seus aparatos, pelos quais a população tanto paga, pouco ou nenhum valor têm.
          Alvim tinha uma padaria no bairro Santana, núcleo inicial da cidade. Levantava de madrugada todo dia para supervisionar as atividades do seu estabelecimento, ver se o pãozinho estava no ponto para, juntamente com a manteiga de Paracatu, fazer a delícia dos seus conterrâneos. Quando o cansaço minava a sua resistência, a sua esposa, uma artista plástica de mão cheia, abandonava os seus pincéis mágicos para ajudar a tocar o negócio. Assaltantes passaram a visitar o estabelecimento constantemente. E ele, sem outra alternativa, abandonou o negócio. Para fazer o quê? O que Deus quiser, exceto gerar empregos, renda e tributos e  trabalhar para sustentar  assaltantes que continuam à solta. Ah, sim: parece redundância, mas os seus impostos, inclusive aqueles destinados à área de segurança pública, estavam em dia…
          É a desmoralização total, da cidade e de suas instituições,  justamente no momento em que, pela primeira vez na história, Paracatu e o Noroeste têm “o seu governador”. As polícias Civil e Militar já abriram o bico, com os seus dirigentes regionais, delegado Marcos Tadeu e tenente-coronel José Reinaldo, culpando o déficit humano e material por boa parte do problema. E as autoridades admitem um aumento de 33% dos furtos e roubos só até setembro de 2015.   No Congresso Nacional, o deputado Eros Biondini denunciou: o índice de homicídios  em Paracatu, se não a mais, uma das mais violentas cidades de Minas e do Brasil,  em 2015, já está 360% acima dos parâmetros máximos  tolerados pela ONU. E pediu intervenção federal no município na área. 

          Mais que bajular e “babar ovo”, as lideranças e instituições têm que agir, porque o  problema é muito mais de política que de polícia…  
 
Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

 
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