Polícia Civil de Paracatu perde delegado e atendimento fica ainda mais restrito em Paracatu e região

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O Dr. Gustavo Henrique Ferraz, que atuava na Delegacia de homicídios, combate às drogas e setor de inteligência, que havia inclusive, sido destaque nacional nos casos da apreensão de mais de 2 toneladas de drogas em uma plantação de maconha, da prisão de um serial killer acusado de diversos assassinatos de mulheres em Paracatu, entre outros; foi transferido para a cidade de Uberlândia para “Força Integrada de Combate ao Crime Organizado” – FICCO, que reúne representantes da Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar e Bombeiros.

A cidade perde muito com a transferência deste delegado não só pelo fato de ser reconhecido como um dos mais eficientes do estado, mas também pela redução da estrutura de atendimento da PC da regional Paracatu, que compromete ainda mais os resultados da instituição.

A transferência do Policial acendeu um sinal de alerta para a comunidade, autoridades e gestores da área de segurança, evidenciando problemas ainda maiores dentro das instituições.

Segundo estatísticas da própria Polícia Civil, no ano de 2014, os crimes de homicídios no município, tiveram uma redução de cerca de 30%, se comparado aos anos anteriores. Em 2015, a tendência era a mesma, a redução destes números, porém com a as dificuldades enfrentadas pela instituição, agravadas pela redução do número de agentes tem contribuído com o resultado inverso.

A regional de Paracatu hoje conta com 4 delegados atuando para atender todas as cidades da região, incluindo os 2 maiores do estado e a área do município sede que já é considerado, proporcionalmente, a cidade mais violenta do estado, com índices de homicídios 300% maiores do que os índices aceitáveis recomendados pela ONU.

Procurado por nossa reportagem, o Delegado Regional de Polícia Civil de Paracatu, Dr. Edson Morais disse que, “-A gestão superior da PC está empenhada para alocar mais um delegado e substituir Dr. Gustavo, e que internamente foram designados outros agentes para assumirem as funções através de redistribuição de tarefas.” Disse.

Um dos grandes problemas que a falta de efetivo causa acontece a noite e aos finais de semana quando há apenas um delegado de plantão (plantão regionalizado) para atender todas as cidades da regional, ou seja, um indivíduo preso em flagrante na cidade de Brasilândia de Minas por exemplo, tem que ser trazido em viaturas da Polícia Militar até Paracatu, juntamente com vítima e testemunha, se houver.

E não para por aí, depois dos procedimentos legais, os envolvidos na ocorrência são levados de volta em uma viatura da Polícia Civil.

Para Dr. Marcos Tadeu, Delegado responsável pela Polícia Civil no Noroeste. “-O grande problema é o déficit gigantesco de Policiais Civis em todo o estado.”  Apesar de ser menor em número de habitantes, a regional da Polícia Civil em Unaí conta com 5 delegados.

Sobre a transferência de mais um delegado de Paracatu, Dr. Marcos afirmou que “Dr. Gustavo foi selecionado pelo seu perfil e que ainda não tem uma data prevista para alocação de outro profissional em Paracatu.”

O Delegado também também não concorda com a forma que é feito o plantão aos finais de semana, mas afirma que a falta de efetivo é o principal fator que prejudica a insituição. “-Dado ao déficit da policia, é a única forma que temos para atender pois o policial está sujeito a uma carga de trabalho de 40 horas semanais como qualquer servidor pública. O problema efetivamente é o efetivo e não temos como mudar por enquanto.” Finalizou.

Campeão de Roubos.

Paracatu também é campeão quando se fala em roubos, já foram mais de 400 este ano, um aumento de mais de 33% se comparado a estatísticas anteriores.

O Comandante da Polícia Militar, Tenente Coronel José Reinaldo Parreira, diz que a Polícia Militar tem feito um trabalho preventivo permanente e em contínuo crescimento, mas que algumas ações não estão ao alcance da PM.

“-Nós temos trabalhado muito pra trazer de volta a sensação de segurança pra comunidade, mas além de termos uma população carcerária enorme e muitos condenados cumprem pena na rua cometendo outros crimes, o estado não tem disponibilidade de vagas para menores que apreendemos por vários delitos. A sensação deles é de impunidade certa e hoje a grande maioria dos crimes tem envolvimento de menores, que ficam no máximo, 5 dias apreendidos.”  Explicou.

O Comandante relatou que tem um déficit de 30 Militares na ares do batalhão e confirmou que a falta de estrutura da Polícia Civil também prejudica o trabalho da Polícia Militar na região.

“-Uma ocorrência com condução para autuação do flagrante em Brasilândia deixa a cidade 7 horas sem segurança preventiva e isso sem falar nos custos e nos riscos. Em 2014 nós perdemos 2 viaturas em acidentes na estrada.”  Disse.

 
Crédito Fotos: Reprodução TVMB 

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